Zoológico paulista é o 10º no mundo a conseguir a certificação ISO 14001

Agora, dejetos de animais e esgoto viram adubo, e a água dos lagos é tratada para evitar poluição e proliferação de algas

ter, 24/04/2007 - 7h00 | Do Portal do Governo

O Zoológico de São Paulo deu mais um passo importante para se fixar como um dos principais espaços de entretenimento e cultura da cidade, ao obter este mês a certificação ISO 14001. É o primeiro da América Latina a ostentar tal mérito e o décimo do mundo.

Para conquistar a certificação, a instituição teve de cumprir diversas medidas contidas em seu Sistema de Gestão Ambiental, iniciado em 2001. Construiu estações de tratamento de esgoto e de água e uma unidade de compostagem. Esses sistemas, juntos, darão destinação adequada ao esgoto de banheiros, dejetos e restos de alimento dos animais.

A unidade de compostagem vai gerar 600 toneladas anuais de matéria orgânica (adubo), a partir de restos de comida, excremento dos animais e esgoto de banheiros. O fertilizante será aplicado nos jardins do Zôo e na fazenda que a instituição mantém em Araçoiaba da Serra, onde se produzem os alimentos que a bicharada come.

O diretor-presidente da Fundação Parque Zoológico, João Batista da Cruz, informa que antes da compostagem as fezes dos animais e restos de alimento iam para uma esterqueira no parque. “Esse tipo de destinação do material era anti-higiênico, atraía ratos, baratas e gerava chorume (resíduo líquido poluidor)”, explica.

Água nova – A estação de tratamento de esgoto foi projetada com capacidade para 400 mil litros. O dejeto sanitário provém dos banheiros públicos e de funcionários de todo o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, onde se localizam o Zôo, o Jardim Botânico, a Secretaria da Agricultura e o Parque de Ciência e Tecnologia da USP (Cientec). A estação funciona atualmente em caráter experimental e será inaugurada oficialmente neste ou no próximo mês.

O lodo seco – parte sólida obtida após o tratamento do esgoto – será enviado à compostagem. Quanto ao líquido, terá duas destinações: parte será utilizada na limpeza dos recintos do Zôo e a outra irá para uma segunda estação de tratamento, a de água, que vai receber também água dos lagos do Zôo, para despoluir esses leitos.

A Estação de Tratamento de Água, também em teste, tem capacidade para 25 mil litros por hora. Depois de tratada e filtrada, a água é bombeada para uma caixa-d’água, a 40 metros de altura, que armazena 300 mil litros.

Parte desse volume da caixa-d’água é usada na limpeza de todas as instituições públicas instaladas no Parque Fontes do Ipiranga e também no Zôo Safári, segunda atração do local, com entrada independente, onde os animais vivem soltos. A segunda fração da água tratada será devolvida aos lagos, para repor o volume retirado anteriormente para ser levado à estação. O ciclo permite que os leitos de água do Zôo sejam renovados constantemente para evitar poluição e formação de algas.

A construção deste complexo (a unidade de compostagem, as duas estações de tratamento e a caixa-d’água) exigiu investimento de R$ 1,8 milhão. O recurso veio do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição, o Fecop, vinculado à Secretaria de Meio Ambiente e tem o Banco Nossa Caixa como agente financeiro.

Mais água – Outro projeto inaugurado este mês no Zôo é a Casa da Água, espaço para educação ambiental composto por painéis, fotos e ilustrações que mostram o ciclo do mais precioso líquido do planeta (rios, mares, vaporização, precipitação pelas chuvas).

João Batista fala com carinho especial sobre este local. “Queremos que sirva para atrair estudantes, professores e o público em geral, para que saibam a importância da preservação deste bem natural”. Ele conta que pretende instalar brevemente na casa uma maquete sobre todos os pontos de água localizados no Zôo.

João Batista explica que a Casa da Água foi instalada, curiosamente, com R$ 80 mil obtidos após a vitória da fundação num concurso sobre o tema. O evento foi patrocinado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, do governo municipal.

O processo de certificação da ISO 14001 iniciou-se em novembro de 2001. Nesse período de tempo, a Fundação Zôo construiu as obras e se submeteu a uma bateria de laudos de aprovação da Cetesb, de processos de licitação e captação de recursos. “Mas valeu a pena”, comemora João Batista.

O Zôo de São Paulo, o maior do País, abriga 3,5 mil animais. São 200 espécies de aves, uma centena de mamíferos e o restante de insetos, anfíbios, répteis e invertebrados em geral. Recebe anualmente 1,5 milhão de pessoas e, em fevereiro do ano passado, comemorou 75 milhões de visitantes desde sua fundação, em 1958.

SERVIÇO

Fundação Parque Zoológico de São Paulo

Av. Miguel Estéfano, 4.241 – Água Funda – São Paulo

Telefone (11) 5073-0811

De terça-feira a domingo, das 9 às 17 horas

Site www.zoologico.sp.gov.br

Otávio Nunes

Da Agência Imprensa Oficial

(R.A.)