Zoológico de São Paulo ganha Licença Ambiental de Operação e 161 flamingos chilenos

Novidades foram anunciadas em comemoração à Semana do Meio Ambiente

seg, 13/06/2011 - 14h00 | Do Portal do Governo

A Fundação Parque Zoológico de São Paulo anunciou três novidades em homenagem à Semana do Meio Ambiente, comemorada entre 6 e 9 de junho: o Safári Sensorial (que funcionou apenas até o dia 12), a chegada de 161 flamingos doados e a obtenção da Licença Ambiental de Operação, concedida pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Para entrar no Safári Sensorial, área coberta de 64 metros quadrados, o visitante recebeu óculos escuros que não permitem visão e andou através de uma pequena trilha montada. Com uma das mãos numa corda, a pessoa se orienta e com a outra apalpa o ambiente em volta, formado por arranjos de árvores e animais empalhados (onça, macaco e mutum). Depois de alguns metros, embora sem enxergar, percebe que a paisagem mudou, da floresta para o desmatamento. E, mais à frente, a formação de um ambiente urbano (cidade) com a substituição da natureza por artigos de plásticos e metal. No pequeno trajeto final, a floresta reaparece.

Tudo isso é percorrido com aroma e ruído característicos da natureza virgem, do desmatamento e da urbanização, como canto de pássaro, serra elétrica e motor de automóvel. O diretor técnico-centífico do Zoológico de São Paulo, João Batista da Cruz, explica que o ambiente foi instalado para que a pessoa perceba pelo tato, olfato e audição a degradação de florestas no Brasil. “Mesmo com olhos vendados, o visitante nota que a natureza está sendo prejudicada pela rápida urbanização. No entanto, o final do percurso é otimista, porque a floresta retorna à trilha, sinal de que o homem pode investir no progresso sem interferir no meio ambiente”, analisa João. Além disso, a pessoa estimula, no safári, sentidos que no dia a dia são pouco utilizados.

Bicudos e pernudos

Os flamingos vieram do criadouro de uma fazenda de Bauru, que era propriedade do advogado e conservacionista Damásio Evangelista de Jesus. Como ele precisou vender suas terras, doou os pássaros. Para transportar as aves foram necessários 14 servidores do Zoo, entre motoristas, técnicos, biólogos e veterinários, que acompanharam a operação feita nos dias 6 e 7 deste mês. Foram utilizados um caminhão graneleiro com cobertura adaptada e escolta técnica durante o percurso. Cada ave veio em caixa individual, construída para este tipo de transporte.

Os pernaltas ganharam novo espaço construído especialmente para eles à beira do lago. Assim que foram soltos, pareciam um exército em marcha, organizados em fila até se juntar em volta da água. Por minutos, ficaram parados a estudar e tentar entender a nova casa onde viverão a partir de agora. 

Os pássaros do doutor Damásio, observa o diretor João Cruz, pertencem a uma espécie natural das áreas altas do Chile, da qual o Zoo de São Paulo tinha apenas 20 indivíduos. Além do chileno, o parque abriga também flamingos dos tipos africano e caribenho. Este último tem a plumagem mais vermelha que os demais. Todos comem ração e também crustáceos (micro-organismos) da água. Seu famoso bico preto curvado para baixo funciona como se fosse um filtro para separar o alimento da água.

A licença ambiental da Cetesb refere-se ao tratamento adequado de todo o esgoto gerado no parque. João Cruz lembra que o trabalho começou em 2007 com a limpeza do lago, cuja água vem do Riacho do Ipiranga, que nasce no Parque. Antes havia muita alga. Hoje, assegura o diretor, todo o esgoto é tratado localmente e a água volta ao ambiente para ser reutilizada. A parte sólida, separada da líquida, no tratamento, vai para a usina de compostagem, também no parque, e vira adubo, que é usado na fazenda do zoológico, em Araçoiaba da Serra, para produzir alimento para os animais.

Da Agência Imprensa Oficial