Workshop na Fapesp discute o futuro da cultura da cana-de-açúcar

Em debate, o futuro da pesquisa com a principal matéria-prima utilizada na produção do biocombustível

ter, 17/03/2009 - 11h06 | Do Portal do Governo

Com o objetivo de promover melhoramentos na cana-de-açúcar, o programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em bioenergia realizará na capital, das 9 às 17 horas, nesta quarta, 18, e quinta-feira, 19, o Workshop Bioen on Sugarcane Improvement.

O evento é gratuito e será realizado na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado, na Rua Pio XI, 1.500 – Alto da Lapa. Interessado em conferir a programação e participar deve fazer inscrição pela Internet no endereço abaixo.

O workshop é uma atividade do Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (Bioen). Reunirá cientistas brasileiros da USP, Unicamp e Universidade Federal do Paraná e também dos Estados Unidos, Austrália, África do Sul e Canadá. Juntos, os especialistas debaterão quais características precisará ter a cana-de-açúcar a ser usada na próxima década para produzir etanol (álcool). As discussões terão a participação de representantes de empresas ligadas à biotecnologia, como a Syngenta, Allelyx, Monsanto e Canavialis.

De acordo com Gláucia Mendes de Souza, professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), o desafio é obter uma planta com grande teor de sacarose, mais resistente à seca e com biomassa em concentração superior às variedades atuais. A pesquisadora Gláucia coordena a área de Biologia da Fapesp e é responsável pela Divisão de Pesquisa em Biomassa do Bioen. Ela explica que os debates produzidos no workshop serão consolidados num documento oficial.

Parcerias – “Diversos programas de pós-graduação internacional foram montados para estudar a cana e seu potencial como matéria-prima para biocombustíveis. A União Europeia abriu chamadas para pesquisa em etanol celulósico que condicionam sua participação na pesquisa à parceria com o Brasil. A Austrália também procura firmar cooperação com o nosso País, pioneiro dos estudos na área”, analisa.

O Bioen tem parceria com 20 instituições estrangeiras. A expectativa é ampliar este número após o workshop, que debaterá quatro assuntos prioritários: a descoberta de novos genes e suas funções, a fisiologia, a transgenia e os marcadores moleculares e a genética molecular aplicada ao melhoramento tradicional.

Serviço

Inscrições para o Workshop Bioen on Sugarcane Improvement no site www.fapesp.br/sugarcane_inscricao

Mais lucro e menos prejuízo

A OP2B, empresa incubada no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) da USP, criou um programa de computador para o setor sucroenergético. Chamado de VCane 1.0 (Value Chain of Cane, na sigla em inglês), o software foi desenvolvido para auxiliar empresários e pesquisadores na gestão e planejamento das safras, de modo a reduzir perdas e aumentar rentabilidade. O desenvolvimento do aplicativo recebeu apoio do Programa Fapesp de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe). O VCane 1.0 é definido por seus idealizadores como um sistema computacional de apoio à decisão para o setor canavieiro.

O sistema abriga diferentes tipos de informações e parâmetros de mercado, incluindo receitas e custos logísticos e produtivos do negócio. “Por meio da modelagem e melhorias, o programa amplia os ganhos. E também considera as sazonalidades de preços causadas pelas entressafras”, explica Maurício Nunes, diretor de desenvolvimento de negócios da OP2B.

De modo simultâneo, o aplicativo analisa demanda, preço, topologia do terreno cultivável, capacidade de estoque dos insumos, disponibilidade de matérias-primas e cotações de mercado do açúcar, álcool, levedura, melaço e energia elétrica. Segundo previsões da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), o setor deverá superar a marca de 500 milhões de toneladas de cana moída na próxima safra brasileira (2009/2010).

Durante o processo de comercialização – com início previsto para este ano –, o software deverá ser vendido a um custo de 20% a 30% inferior aos similares. “A proposta é criar nova inteligência de negócios no País. A comercialização da ferramenta ocorrerá por meio do que chamamos de vendas consultivas, o que, além da venda do software, permitirá o redesenho dos processos de negócio dos clientes”, disse Nunes.

A empresa OP2B está incubada no Cietec desde 2005 e desenvolve sistemas computacionais para gestores de diversos setores industriais, como petroquímica, siderurgia, papel e celulose, alimentícia e farmacêutica. Mais informações sobre a OP2B no site www.op2b.com.br.

Da Agência Fapesp