Você sabia que SP tem Centro de Recuperação de Animais Silvestres?

Dentro do Parque Estadual do Tietê, espaço recebe diariamente exemplares apreendidos ou abandonados no território paulista

sex, 19/04/2019 - 16h34 | Do Portal do Governo

Há mais de 32 anos, o CRAS recebe diversas espécies pelas mãos de profissionais ligados à Polícia Militar Ambiental, ao Corpo de Bombeiros e ao Centro de Controle de Zoonoses e IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Em alguns casos especiais, são entregues de forma voluntária por seus tutores, que os mantinham em cativeiro como bichos de estimação.

Localizado dentro do Parque Ecológico do Tietê, na zona leste de São Paulo, o Centro tem um papel importante em prol do meio ambiente. “O CRAS é como se fosse um hospital veterinário”, definiu Liliane Milanelo, médica veterinária do Centro de Recuperação de Animais Silvestres.

“A gente recebe animais silvestres por diversos motivos, desde a apreensão feita pelos órgãos fiscalizadores até desistência dos donos de ter um exemplar em casa. Nós os tratamos e encaminhamos para a soltura”, explicou.

Recepção

Inaugurado em 1986, o CRAS cuida de várias espécies, desde as mais comuns até às ameaçadas de extinção. Anualmente, recebe em média doze mil animais. Após a recepção, mamíferos, répteis e aves são identificados por espécie, sexo e procedência, recebem uma anilha ou microchip com seus dados, passam por uma avaliação de seu estado físico para obter o tratamento mais adequado.

Depois dos tratamentos e recuperação, os animais que estão aptos para voltar à natureza, serão repatriados e soltos, já os que não tem mais como, são enviados à criadouros autorizados ou zoológicos.

Vale ressaltar que o núcleo atende apenas animais de pequeno porte, como araras, papagaios, gavião, macacos, cobras, tartaruga e jabutis, além de muitos pássaros. “Assim que o exemplar chega, nós fazemos a avaliação individual. De acordo com o estado do bicho, ele vai para um recinto”, contou Lilian Sayuri, que trabalha no CRAS há 13 anos.

Para atender a demanda dos bichos enviados para o local, é mantida uma equipe composta por veterinários, biólogos e tratadores em uma estrutura totalmente adaptada com ambulatório e laboratório, viveiros, salas de internação, cirurgia e de necropsia, além de cozinha para o preparo da alimentação animal, atuando em uma área total de 600 mil metros quadrados.

Centro Educacional

Bem ao lado do CRAS, o Parque Ecológico do Tietê abriga um Centro Educacional. Por lá, os participantes aprendem os cuidados que se deve ter com a natureza e ainda há uma programação de trilhas de pequena e média dificuldade.

“Mostramos aos participantes a valorização disso tudo”, contou o educador ambiental Fernando Teixeira. “Temos a Trilha da Água, de 4km e que termina no Rio Tietê, passando pelas áreas recuperadas e outra até o viveiro de plantas. Estamos abertos a receber qualquer tipo de grupo, de escoteiros à terceira idade”, disse.

Ronaldo Natal, também educador ambiental há mais de 30 anos, se orgulha da evolução alcançada nos últimos anos. “Essa geração que está vindo agora tem uma preocupação maior com o meio ambiente e isso é gratificante. A aceitação das crianças e adolescentes tem sido muito boa”, comemorou.