Viaturas da Polícia Civil de São Paulo ganham quase mil rádios digitais móveis

Equipamentos dispõem de moderna tecnologia que torna quase impossível a interceptação de mensagens

sex, 28/03/2008 - 14h30 | Do Portal do Governo

A Divisão de Comunicações da Polícia Civil (Dicom) está instalando mais 962 rádios digitais móveis em viaturas da Polícia Civil da capital e da Grande São Paulo. Os aparelhos, que começaram a ser colocados em fevereiro, são de origem neozelandesa. Segundo Joílton Chaves Ferreira, agente de telecomunicações da Dicom, além dos rádios mais 302 equipamentos portáteis (HTs) serão entregues às unidades policiais.

O sistema de rádio digital substitui o de rádio analógico, que a polícia utilizava há mais de 40 anos. Com os novos aparelhos, os dados são transformados em bits e embaralhados (criptografados), o que torna quase impossível a interceptação das mensagens por pessoas de fora das forças de segurança. No sistema analógico, a voz é transmitida por meio de ondas. Embora haja margem de segurança, elas podem ser interceptadas por pessoas que ajustem seus rádios à freqüência da polícia.

Com o novo lote, a Polícia Civil passa a contar com 2.426 rádios digitais móveis, 1.914 portáteis e segue com 400 estações fixas. “Na capital e na Grande São Paulo, praticamente todas as viaturas estão equipadas com rádio digital e HT. No interior do Estado ainda estamos em processo de implantação”, afirma o delegado divisionário da Dicom, Manoel Messias Barbosa.

De acordo com Barbosa, três cidades receberão o sistema digital nas próximas semanas: São José do Rio Preto, Piracicaba e Ribeirão Preto. Os municípios que já dispõem dos equipamentos são Santos, Campinas e São José dos Campos.

Gestão de telecomunicações

A Dicom é responsável pela gestão de telecomunicações da Polícia Civil. Promove assistência aos 32 mil policiais do Estado, além de elaborar propostas de implantação, modernização e ampliação das redes operacionais. Antes da chegada do rádio digital, os 62 policiais da divisão, em sua maioria agentes de telecomunicações, trabalhavam basicamente com radiocomunicação e sistema de telefonia.

No início do ano passado, uma grande reforma foi realizada nas instalações da Central de Operações da Polícia Civil (Cepol) e da Dicom, localizada no 20o andar do Palácio da Polícia Civil, na Rua Brigadeiro Tobias, centro de São Paulo. A modernização englobou, segundo o delegado Barbosa, a criação de um laboratório de treinamento de última geração, utilizado para ensinar policiais a manusear os novos equipamentos. O delegado cita como exemplo de modernidade o fato de o acesso às salas da Dicom só ser permitido após a identificação por meio de um leitor de digitais.

A digitalização diz respeito também ao sistema de telefonia (que foi atualizado) para garantir mais possibilidades de comunicação entre as unidades policiais. Foi adotado o sistema VoIP (voz sobre IP) – roteamento da conversação humana pela Internet. Com ele, as unidades podem conversar entre si por ramais e estabelecer a comunicação corporativa, como se todas estivessem num mesmo prédio.

Mais mobilidade

Essas mudanças trouxeram o aumento da demanda e a intensificação do trabalho, explica o agente Antônio Carlos Lopes. “Agora temos 13 subsistemas diferentes, videoconferência, dados, microondas, salas de treinamento. O nosso papel é monitorar e realizar a manutenção desses sistemas para que sejam bem utilizados por nossos policiais”, afirma.

Ao mesmo tempo em que ocorreu a adoção do sistema digital, a Dicom investiu em outro avanço tecnológico. São laptops e PDAs (Personal Digital Assistant), aparelhos semelhantes a palmtops, destinados a agilizar a investigação dos policiais. “Temos 50 modelos de laptops e 40 de PDAs em funcionamento na Polícia Civil. Com eles, os investigadores podem pesquisar placas de veículos em pleno campo de trabalho para descobrir se o carro é roubado ou não”, assegura Lopes. Além de tornar mais rápido o trabalho do policial, a inovação reduz o tráfego de informações via rádio, pois a pesquisa é feita sem a intervenção de outras pessoas.

Os laptops (embutidos nas viaturas) possuem GPS (Global Positioning System). Dessa forma, é possível obter a localização exata das equipes e monitorar suas ações pela tela do computador. “Os operadores da Cepol ficam sabendo quem está mais perto das ocorrências e podem orientar os policiais sobre os melhores caminhos”, explica o delegado divisionário. Entre outras vantagens, os PDAs podem tirar fotos e funcionam a até dez metros das viaturas, o que aumenta a mobilidade dos policiais nas investigações.

Daniel Cunha

Da Secretaria de Segurança Pública

 (I.P.)