Vacinação contra febre aftosa vai até o final deste mês

Estado de São Paulo responde por 60% das exportações de carne do País, o que representa US$ 500 milhões

ter, 21/11/2000 - 12h38 | Do Portal do Governo


Estado de São Paulo responde por 60% das exportações de carne do País, o que representa US$ 500 milhões

A campanha de vacinação contra febre aftosa no rebanho bovino do Estado de São Paulo está na reta final e os pecuaristas têm pouco mais de uma semana (até o próximo dia 30) para imunizarem os animais. “Nosso objetivo é vacinar 13 milhões de cabeças’, afirmou o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, João Carlos Meirelles. Desde o ano passado, São Paulo é considerado “área livre de aftosa com vacinação” pela Organização Internacional de Epizootias. “Nós precisamos manter o nosso Estado livre da aftosa e a saída é vacinar”, alerta o secretário.
São Paulo tem um rebanho de 13 milhões de cabeças. Desse total, pelo menos 1,5 milhão chega a São Paulo todos os anos para recria ou engorda, principalmente nos municípios da região Oeste. O Estado abate cinco milhões de cabeças de gado por ano e responde por 60% das exportações de carne do Brasil. Dos US$ 800 milhões que o País exporta em cortes de carne nobre resfriada, mais da metade – US$ 500 milhões – sai de São Paulo.
O estoque de vacina contra febre aftosa à disposição dos criadores paulistas é de 18 milhões de doses, ou seja, cinco milhões a mais do que o rebanho do Estado. “Metade desse estoque já deixou as prateleiras em direção ao pasto, mas ainda falta muito”, avalia Meirelles. Manter a saúde do rebanho é muito importante pois, segundo Meirelles, a cadeia produtiva da pecuária bovina é a que oferece mais empregos no País. São mais de oito milhões de vagas, desde a criação, abate, comércio de carne e indústrias do couro e calçados.
Para atingir o índice zero de febre aftosa no rebanho bovino paulista, a Secretaria da Agricultura complementa as campanhas de vacinação com outras medidas como a rigorosa fiscalização nas estradas interestaduais e federais, situadas nos limites do Estado de São Paulo. A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) é o órgão que atua no combate à ilegalidade, visando proteger a saúde pública no mercado interno.
Além de São Paulo, a campanha de vacinação contra febre aftosa está sendo realizada em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Pará, Tocantins, Acre, Rondônia, Sergipe, Paraíba e Maranhão. No Paraná, a campanha já foi encerrada.

Multa é de R$ 100 por animal não vacinado

O vírus da aftosa sobrevive na carne com o osso do animal doente e se mantém altamente contagioso, representando perigo não apenas para os bovinos, mas também para outras espécies de animais de casco aberto – caprinos, suínos, ovinos.
A estratégia usada nos Estados Unidos para combater a doença no rebanho é o “rifle sanitário”. Desde 1920, todo animal doente é abatido a tiros. Por aqui, a multa para o criador que “esquecer” de vacinar os animais ainda é de R$ 100 por cabeça. O preço médio da dose da vacina é de R$ 0,60 e o prazo mínimo de proibição pelos órgão de defesa sanitária de negócios com boi nos municípios onde forem detectados casos de febre aftosa é de 120 dias. Os prejuízos na economia de uma região que vive da compra e da venda de bovinos são incalculáveis. Depois que a febre aftosa apareceu no Rio Grande do Sul, o preço do boi despencou, passando de R$ 42 para R$ 37 a arroba.