USP promove Olimpíada de Inovação: boas idéias viram produtos

Evento aproxima alunos, professores e pesquisadores na elaboração de projetos

ter, 09/12/2008 - 18h06 | Do Portal do Governo

Estimular a criatividade e promover o desenvolvimento tecnológico, aliando a experiência acadêmica ao mercado foram temas da 1ª Olimpíada de Inovação, realizada na Universidade de São Paulo (USP), de julho a dezembro. O evento foi direcionado a graduandos, pós-graduandos, docentes, pesquisadores e funcionários especializados da instituição de ensino. Os trabalhos qualificados foram divididos por categorias – saúde, biotecnologia, agronegócio, tecnologia da informação e comunicação, processos industriais, produtos domésticos e idéias socioambientais.

Foram premiados os três melhores planos de produtos e processos – em cada uma das sete áreas de aplicação – com foco na inovação tecnológica.

Durante os meses de atividades, os inscritos participaram de cursos de capacitação, ciclo de palestras e workshops sobre empreendedorismo. Foram supervisionados e orientados pelo corpo docente da instituição, além de especialistas de cada área.

Dos 456 projetos inscritos, 21 foram escolhidos como finalistas, três em cada especialidade. Depois foram avaliados por empresas co-patrocinadoras e agências de fomento – Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A competição distribuiu R$ 56 mil em prêmios, sendo que o melhor projeto ganhou ainda um automóvel.

Mais saúde bucal – A Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/USP) teve o seu trabalho reconhecido pela pesquisa que diminui o número de cárie em crianças. A equipe ficou com o primeiro lugar da área de saúde e com o prêmio destaque da olimpíada como o melhor projeto entre todos os outros. Além da honraria, ainda ganhou um automóvel zero quilômetro.

A inovação foi criar novo produto com baixa concentração de flúor e evitar a fluorose (excesso de ingestão de flúor) durante a formação dentária em crianças. Para isso, foi realizado estudo com 1,4 mil crianças de quatro a seis anos, durante 20 meses. Geralmente, alguns produtos de higiene bucal têm concentração de flúor de 1.000 a 1.500 partes por milhão. A pesquisa possibilitou criar novo gel fluido com 500 partes por milhão, que melhora a reatividade do esmalte do dente.

A análise decorre da pesquisa do doutorando em Biologia oral da FOB/USP, Fabiano Vilhena, orientado pela professora Marília Buzalaf. A pesquisa levou três anos até a conclusão e foi patenteada com apoio da Fapesp. Os pesquisadores esperam que o produto esteja disponível para consumo a partir do ano que vem.

Do lodo ao cimento – Aproveitar o resíduo da indústria de celulose tem sido grande desafio das estações de tratamento de efluentes do Brasil. O projeto da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), de Piracicaba, ganhou em primeiro lugar na categoria de tecnologias socioambientais. O trabalho visa a utilizar o lodo das fábricas de papel para produzir argamassa.

O projeto reaproveita o material da estação de tratamento, que é acrescido de areia, cimento e resíduo. Com a adição de brita, a argamassa ganha características de concreto, útil na produção de blocos e painéis de vedação, forros e pisos. O processo de fabricação inclui o uso de uma betoneira comum na construção civil.

Desde 1989 são feitas pesquisas sobre a utilidade de resíduo industrial e métodos de reaproveitamento do lodo. O projeto da argamassa e todo o processo de fabricação – mistura e produção – foram patenteados pelos pesquisadores. A equipe que desenvolveu o produto é composta pela orientadora Adriana Nolasco e pela engenheira florestal Samantha de Paiva. Em 2009, a 2ª edição das Olimpíadas de Inovação terá duração de um ano.

Anderson Moriel Mattos – Da Agência Imprensa Oficial