Para facilitar suas atividades de ensino e pesquisa, a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), da USP, inaugurou um Banco de Dentes Humanos. Quando começarem as aulas, dia 20, a instituição de ensino iniciará campanha de coleta de dentes permanentes e decíduos (dentes-de-leite), material fundamental para os estudos lá realizados. A unidade foi feita nos mesmos moldes do Banco de Dentes da Faculdade de Odontologia da USP em São Paulo, criado em 1994 e pioneiro na América Latina. A utilização de dentes “em estoque” com fins de treinamento laboratorial e pesquisa é procedimento cotidiano nas faculdades de odontologia. Estima-se que no Brasil sejam utilizados 700 mil por ano). Desde 1996 o Ministério da Saúde estabelece que qualquer material humano utilizado em pesquisa seja doado e tenha procedência devidamente identificada. Assim, o banco de dentes vem atender também a essa exigência legal.
“O dente é um órgão como o coração ou o fígado, que carrega material genético nele próprio. Tanto a comunidade leiga como a acadêmica deve se conscientizar disso e atender ao uso adequado”, esclarece o professor Arsênio Sales Peres, coordenador do projeto referente ao Banco de Dentes da FOB. Lembra que, de acordo com o artigo 15 do Código Civil Brasileiro, a compra e venda de qualquer órgão, tecido ou parte do corpo humano é proibida, sendo prevista multa e pena de três a oito anos de prisão. Além disso, essa infração contraria os preceitos do Código de Ética Odontológica.
O banco será responsável pela arrecadação, preparação, desinfecção, manipulação, seleção, preservação, estocagem, cessão, empréstimo e administração dos dentes doados. E, como atividades secundárias poderá realizar pesquisas científicas e didáticas que promovam a melhor utilização do dente – educativas, campanha e divulgação com o objetivo de conscientizar a sociedade a respeito da importância dos dentes, segundo os aspectos culturais, éticos, sociais e legais.
Da Agência Imprensa Oficial
