O número de alunos da graduação da USP que participam do programa de iniciação científica teve um significativo salto no ano passado. As bolsas concedidas pelo modo institucional – isto é, provindas diretamente da Universidade – saltaram de cerca de 1.200 em 2005 para mais de 1.700 em 2006. Esse resultado, junto com outras avaliações sobre o programa, constará no relatório anual da iniciação científica que a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da USP finalizará no final desse mês.
A iniciação científica, na USP, funciona como uma porta de entrada do estudante de graduação ao universo da pesquisa. O programa abrange todas as áreas do conhecimento e unidades de ensino da Universidade. No sistema, o aluno de graduação apresenta um projeto de pesquisa e, sob a orientação de um professor responsável, desenvolve atividades referentes a esse projeto. Grande parte desses alunos acaba ingressando, após o término do curso regular, nos programas de pós-graduação da Universidade.
Os alunos de iniciação que recebem bolsas institucionais pertencem a um dos quatro modelos de iniciação científica desenvolvidos na USP. Os outros sistemas são: alunos com bolsas concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), os que recebem bolsas diretamente da unidade em que estão vinculados (ou de fundações de suporte a essas unidades) e os que não recebem bolsa. “Mesmo que o aluno não seja contemplado com uma bolsa, ele pode fazer parte da iniciação científica, desde que desenvolva um projeto”, explica a professora Maria Angélica Miglino, presidente do programa de iniciação científica da PRP.
A USP conta, atualmente, com cerca de 46 mil alunos de graduação. Desse total, cerca de 5.700 fazem iniciação científica. Cerca de 15% do total dos estudantes – número que a PRP espera expandir para 25% num prazo de três anos.
Para alcançar essa expansão, a professora Maria Angélica destaca a importância de apoios institucionais como o ocorrido em 2006, que levou ao acréscimo de mais 500 bolsistas na relação anterior. “A reitora Suely Vilela teve uma participação fundamental nesse processo, ao obter parcerias como a realizada com o banco Santander Banespa”, aponta.
A expansão da iniciação científica na USP se deu também pela contemplação de cursos e unidades novas dentro da estrutura da Universidade. É o caso da USP Leste, onde funciona a Escola de Artes, Ciências e Humanidades: de apenas 15 bolsistas em 2005, no ano passado a unidade contou com 40 participantes no programa de iniciação científica. Um aumento de mais de 100%.
Opiniões – O relatório da iniciação científica desenvolvido pela PRP contou também com a aplicação de um questionário aos alunos participantes para que eles fizessem uma avaliação do programa. Foram perguntados aos estudantes, além de dados básicos sobre a iniciação, seus interesses acadêmicos e como eles avaliariam a importância do programa para seu futuro profissional.
Os resultados surpreenderam a professora Maria Angélica. Na maior parte, apareceram os esperados elogios ao sistema e também ao aprendizado extra-curricular proporcionado pela iniciação; mas o diferencial foi na quantidade de estudantes que destacaram a importância da iniciação científica para o desenvolvimento da vida profissional – mesmo que não tenham seguido a carreira acadêmica. “Alguns alunos estão distantes da Universidade, e destacam a participação na iniciação científica como fundamental para a condução de suas carreiras”, explica a presidente do programa.
Para a professora, a qualidade dos docentes da USP é preponderante para o sucesso do sistema: “um aluno mediano pode ter sucesso e evoluir bastante com um orientador bom. Mas um aluno bom pode ser ‘estragado’ se tiver um mau orientador”. Como comprovação da excelência dos professores da Universidade, Maria Angélica cita a quantidade expressiva de professores doutores da USP – são mais de 75% do total de docentes – e o total de professores da USP qualificados como pesquisadores referência no CNPQ, uma quantia superior à média das instituições de ensino superior no país.
A Pró-Reitoria de Pesquisa está com edital aberto, até 15 de abril, para o programa de iniciação científica de 2007. A ficha de inscrição está no site: www.usp.br/prp. Para participar, o aluno deve escolher um professor orientador e, em conjunto com ele, definir um projeto de pesquisa. Os projetos aprovados entrarão em prática em agosto desse ano.
Da USP Online
(R.A.)