USP: Número de alunos que participam de iniciação científica cresce em 2006

As bolsas concedidas pela Universidade saltaram de cerca de 1.200 em 2005 para mais de 1.700 em 2006

sáb, 10/02/2007 - 15h07 | Do Portal do Governo

O número de alunos da graduação da USP que participam do programa de iniciação científica teve um significativo salto no ano passado. As bolsas concedidas pelo modo institucional – isto é, provindas diretamente da Universidade – saltaram de cerca de 1.200 em 2005 para mais de 1.700 em 2006. Esse resultado, junto com outras avaliações sobre o programa, constará no relatório anual da iniciação científica que a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da USP finalizará no final desse mês.

A iniciação científica, na USP, funciona como uma porta de entrada do estudante de graduação ao universo da pesquisa. O programa abrange todas as áreas do conhecimento e unidades de ensino da Universidade. No sistema, o aluno de graduação apresenta um projeto de pesquisa e, sob a orientação de um professor responsável, desenvolve atividades referentes a esse projeto. Grande parte desses alunos acaba ingressando, após o término do curso regular, nos programas de pós-graduação da Universidade.

Os alunos de iniciação que recebem bolsas institucionais pertencem a um dos quatro modelos de iniciação científica desenvolvidos na USP. Os outros sistemas são: alunos com bolsas concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), os que recebem bolsas diretamente da unidade em que estão vinculados (ou de fundações de suporte a essas unidades) e os que não recebem bolsa. “Mesmo que o aluno não seja contemplado com uma bolsa, ele pode fazer parte da iniciação científica, desde que desenvolva um projeto”, explica a professora Maria Angélica Miglino, presidente do programa de iniciação científica da PRP.

A USP conta, atualmente, com cerca de 46 mil alunos de graduação. Desse total, cerca de 5.700 fazem iniciação científica. Cerca de 15% do total dos estudantes – número que a PRP espera expandir para 25% num prazo de três anos.

Para alcançar essa expansão, a professora Maria Angélica destaca a importância de apoios institucionais como o ocorrido em 2006, que levou ao acréscimo de mais 500 bolsistas na relação anterior. “A reitora Suely Vilela teve uma participação fundamental nesse processo, ao obter parcerias como a realizada com o banco Santander Banespa”, aponta.

A expansão da iniciação científica na USP se deu também pela contemplação de cursos e unidades novas dentro da estrutura da Universidade. É o caso da USP Leste, onde funciona a Escola de Artes, Ciências e Humanidades: de apenas 15 bolsistas em 2005, no ano passado a unidade contou com 40 participantes no programa de iniciação científica. Um aumento de mais de 100%.

Opiniões – O relatório da iniciação científica desenvolvido pela PRP contou também com a aplicação de um questionário aos alunos participantes para que eles fizessem uma avaliação do programa. Foram perguntados aos estudantes, além de dados básicos sobre a iniciação, seus interesses acadêmicos e como eles avaliariam a importância do programa para seu futuro profissional.

Os resultados surpreenderam a professora Maria Angélica. Na maior parte, apareceram os esperados elogios ao sistema e também ao aprendizado extra-curricular proporcionado pela iniciação; mas o diferencial foi na quantidade de estudantes que destacaram a importância da iniciação científica para o desenvolvimento da vida profissional – mesmo que não tenham seguido a carreira acadêmica. “Alguns alunos estão distantes da Universidade, e destacam a participação na iniciação científica como fundamental para a condução de suas carreiras”, explica a presidente do programa.

Para a professora, a qualidade dos docentes da USP é preponderante para o sucesso do sistema: “um aluno mediano pode ter sucesso e evoluir bastante com um orientador bom. Mas um aluno bom pode ser ‘estragado’ se tiver um mau orientador”. Como comprovação da excelência dos professores da Universidade, Maria Angélica cita a quantidade expressiva de professores doutores da USP – são mais de 75% do total de docentes – e o total de professores da USP qualificados como pesquisadores referência no CNPQ, uma quantia superior à média das instituições de ensino superior no país.

A Pró-Reitoria de Pesquisa está com edital aberto, até 15 de abril, para o programa de iniciação científica de 2007. A ficha de inscrição está no site: www.usp.br/prp. Para participar, o aluno deve escolher um professor orientador e, em conjunto com ele, definir um projeto de pesquisa. Os projetos aprovados entrarão em prática em agosto desse ano.

Da USP Online

(R.A.)