USP integra pesquisa que mapeará casos de hepatite no País

O Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina (FM) da USP participará de pesquisa nacional para determinar a prevalênc

qua, 13/06/2007 - 17h31 | Do Portal do Governo

O Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina (FM) da USP participará de pesquisa nacional, financiada pelo Ministério da Saúde, para determinar a prevalência das hepatites virais (tipos A, B e C) em todas as capitais do Brasil. Nesta quinta-feira (14), terá início o levantamento de dados na cidade de São Paulo, coordenado pelo professor da FM Antonio Alci Barone. Serão visitados 5.000 domicílios e a perspectiva é de que sejam entrevistadas 3.700 pessoas, num período de três a quatro meses.

Os moradores serão submetidos à coleta de sangue para análise e comprovação ou não da doença e responderão a um questionário sobre dados demográficos e socioeconômicos, antecedentes de doenças e exposição a condições de transmissão dos três tipos de hepatite. “O objetivo é ter um retrato dos grupos de maior risco e saber quanto vírus está circulando, por meio de pessoas que já tiveram ou que ainda têm a doença”, explica a professora e infectologista Fátima Mitiko Tengan, que trabalha em conjunto com Barone.

Segundo Fátima, não há dados da porcentagem da população brasileira infectada pelo vírus da hepatite. “Existe apenas um estudo feito há dez anos em São Paulo, com uma metodologia diferente da empregada na pesquisa”. Essas informações são importantes para conhecer a prevalência da doença e planejar medidas de intervenção. Os resultados da pesquisa deverão nortear propostas para combate, prevenção e tratamento da doença, em nível nacional. A previsão é de que até o final do ano, o Ministério da Saúde tenha uma radiografia geral da doença no País.

Coleta de dados

Os domicílios a serem visitados serão sorteados nesta quarta-feira (13) de acordo com metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) baseada no último censo. Serão nove equipes de profissionais uniformizados e com credenciais que realizarão as visitas para aplicar o questionário e coletar amostras de sangue. Elas serão processadas e congeladas pelo Instituto Adolfo Lutz e, posteriormente, encaminhadas para a Fiocruz, no Rio de Janeiro, laboratório designado pelo Ministério da Saúde para a realização de todos os exames.

As pessoas que forem diagnosticadas com algum dos tipos de hepatite serão comunicadas e receberão atendimento clínico e acompanhamento no Centro de Hepatologia do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP. Essa etapa da pesquisa está sob a coordenação do professor Flair José Carrilho, também da FM. Segundo Fátima, “o Hospital tem condições de atender tranqüilamente a demanda por tratamento.”

A hepatite do tipo A é adquirida por meio do consumo de água e alimentos por falta de condições de higiene. Já os tipos B e C estão relacionados ao contato com sangue contaminado por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de seringas e relação sexual sem preservativos. A doença representa problemas importantes de saúde pública. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, estima-se que o Brasil possui aproximadamente 130 casos novos por 100 mil habitantes ao ano e de que mais de 90% da população maior de 20 anos tenha tido exposição ao vírus.

Da Agência USP de Notícias