No início de 2008, o campus da USP em Pirassununga deverá ter sua rede telefônica ligada à rede de dados, permitindo a utilização da tecnologia Voz sobre IP (VoIP, na sigla em inglês de Voz sobre Protocolo de Internet) para a realização de chamadas telefônicas com outros campi. Atualmente, já é possível utilizar esta modalidade de ligação para telefonar entre os campi de São Paulo (Butantã, Pinheiros e USP Leste), São Carlos, Ribeirão Preto, Piracicaba e Bauru. Isto proporciona grande economia em relação aos interurbanos comuns, já que a voz é transmitida pela rede de dados que une as cidades.
A expectativa é de que sejam zerados os custos de ligações entre os ramais da USP, quando futuramente todas as unidades da universidade possuírem o sistema habilitado. Isto ocorre porque as ligações passam a ser feitas na mesma rede que a USP já utiliza para a transmissão de dados entre os computadores, e não mais pelas operadoras de telefonia. O custo que a USP tem com esta rede de dados é fixo, daí a vantagem em dar a ela mais uma função.
“Muita gente na USP nem desconfia que aquele telefone mais antigo ali na mesa possa estar utilizando a internet para transmitir voz” explica Fábio Carneiro de Castro, Chefe da Seção Técnica de Configuração de Redes, da Divisão de Redes do Centro de Computação Eletrônica (CCE). “Mesmo que o ramal não seja IP, em algum lugar a chamada pode passar pela rede de dados”. Na USP Leste, os telefones foram todos ligados diretamente na rede de dados: todas as ligações para lá se tornam IP em algum ponto da linha.
Os primeiros testes com telefonia IP na USP ocorreram em 1999. Quatro canais que faziam a ligação entre São Paulo e São Carlos já permitiam a realização de chamadas sem a tarifação normal de interurbano, mas foi a partir de 2003 que um público maior teve acesso ao serviço. Atualmente, dos quase 20 mil ramais existentes em todas as unidades da USP, cerca de 1.250 estão ligados diretamente na rede de dados.
Topograficamente, a rede tem seu centro na cidade de São Paulo. As outras localidades estão ligadas, direta ou indiretamente, com a Capital. Castro explica que, por ser uma rede privativa, a USP não está sujeita a políticas de grandes empresas de comunicação: “É a Universidade, por meio do CCE, a responsável pelo seu próprio tráfego de dados, suas prioridades e pela distribuição de ramais.” Uma desvantagem, porém, é que o público externo só pode ser acessado quando “saímos” da rede da USP.
Castro também esclarece que este tipo de telefonia herdou algumas características comuns a todas as aplicações de rede (internet, por exemplo), como a mobilidade (dos ramais): “Um ramal IP pode ser levado para qualquer lugar, mudando simplesmente o prefixo de área, caso vá para outra cidade”. A central telefônica (PABX) também não precisa mais estar no mesmo lugar que os telefones, sendo conectada por intermédio da rede. Os telefones da USP Leste têm sua central do outro lado da cidade, no Butantã.
Outra herança da telefonia IP é sua vulnerabilidade ao excesso de uso da rede e à propagação de vírus. Castro explica que a aplicação de voz é sensível a atrasos gerados por estes problemas, o que pode comprometer e até mesmo impedir a recepção do som. “Ainda assim, quando isto ocorre, podemos acessar o serviço telefônico tarifado”.
RNP
No Estado de São Paulo, a USP é ponto de presença da Rede Ipê, um projeto da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). A RNP conta com o Grupo de Trabalho sobre VoIP, que planejou a interligação das instituições de ensino de todo o Brasil por um sistema baseado em software livre. Atualmente, a USP já faz parte deste sistema e está estudando a integração destes ambientes de forma a tornar sua utilização mais abrangente. No futuro, pela Rede Ipê, será possível o contato com instituições de ensino no exterior, com baixos custos para a Universidade.
Mais informações: (0XX11) 3091-6422 ou pelo e-mail decastro@usp.br
Leonardo Zanon
Agência USP de Notícias
(I.P.)
