USP: ICB abre inscrições para graduação voltada à pesquisa em saúde

Principal preocupação do curso é oferecer uma formação voltada especificamente à pesquisa e à docência no ensino superior

ter, 08/08/2006 - 18h51 | Do Portal do Governo

O Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP está com inscrições abertas para um novo curso de graduação, que tem como prioridade formar pesquisadores na área da saúde. O curso de Ciências Fundamentais para a Saúde, que esse ano chega a sua terceira turma, oferece 10 vagas para atuais estudantes de graduação de qualquer área da Universidade. O ingresso é feito por uma prova de transferência e o aluno pode, após a conclusão do curso no ICB, retornar a sua unidade de ensino e concluir a graduação anterior, de acordo com o período de formação ideal. O prazo para as inscrições termina no dia 06 de outubro.

A principal preocupação do curso é oferecer uma formação voltada especificamente à pesquisa e à docência no ensino superior, o que não é muito conhecido por alunos que optam por um curso de graduação na área da saúde. “Existe muita gente que está cursando medicina, odontologia, mas não quer ser de fato médico ou dentista. Muitos entram na Universidade bastante jovens e muitos deles têm o perfil de pesquisador, mas só se interessam depois de conhecer os laboratórios no curso”, explica Maria Tereza Nunes, da comissão de coordenação das Ciências Fundamentais para a Saúde.

Por isso a opção pelo ingresso não estar vinculada à Fuvest. O curso busca alunos que tenham sido aprovados pelo vestibular e tenham tido um contato com a vida universitária, mas já tenham descoberto uma vocação pela área da pesquisa. “De fato, qualquer curso pode dar essa oportunidade de pesquisa, mas no primeiro ano ele não tem idéia de que pode seguir uma carreira acadêmica”, explica Maria Tereza.

A estrutura do curso é dividida em três etapas: nos dois primeiros anos, os alunos cursam disciplinas obrigatórias e optativas, que são oferecidas pelo próprio ICB ou por outras unidades da USP. A escolha dessa grade é feita a partir de uma conversa entre o aluno e os 14 membros da comissão organizadora do curso, na qual são levadas em conta as áreas de interesse do estudante e sua formação prévia. A partir disso, ele passa a ser orientado por um tutor, que o aconselha e sugere as disciplinas necessárias para sua formação ideal.

Nessa “flexibilidade curricular” consiste um dos pontos de destaque do curso, segundo sua coordenadora: “de repente, conversando com o aluno, podemos achar interessante fazer uma disciplina na Faculdade de Direito”, exemplifica. “Cada um sai com uma grade completamente diferente, voltada à sua área de interesse”, explica.

Na segunda etapa – durante o terceiro ano – os alunos fazem um rodízio pelos sete laboratórios do ICB, “para conhecer as linhas de pesquisa e ter idéia de como um laboratório de pesquisa funciona”, explica a professora. A partir dessa experiência, que é “fundamental para a decisão”, eles escolhem, já no quarto ano da graduação, um projeto de pesquisa para levar adiante e passam a ter um orientador científico especializado na área de estudos do trabalho.

A seleção para o curso é feita em duas etapas: uma prova escrita, que cobra conteúdo básico do segundo grau, e não requer nenhum conhecimento específico. As questões, segundo Maria Tereza, priorizam o raciocínio. A segunda etapa é uma entrevista, na qual é analisado o perfil do aluno por meio de questões de atualidades e conhecimentos gerais. A idéia, segundo a coordenadora, é encontrar alunos com perfil curioso. “Queremos descobrir o aluno que tem curiosidade, é esse tipo de aluno que vai pra frente em pesquisa”, explica.

Da USP