USP fecha parceria para beneficiamento de biomassa

Modelo de cooperação já é bastante difundido em países com tradição em inovação

seg, 24/05/2010 - 19h00 | Do Portal do Governo

A Universidade de São Paulo (USP), por meio do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Escola Politécnica – Lapol (laboratório focado em gestão integrada de sistemas georreferenciados) estabeleceu acordo de cooperação tecnológica com a empresa MicroAmbiental com vistas a integrar a tecnologia micro-ondas para beneficiamento de biomassa (em especial do lixo urbano) às grandes empresas do setor industrial. Para isso foram considerados aspectos de eficiência energética, sustentabilidade, responsabilidade social e gestão de variáveis georreferenciadas.

Esse modelo de cooperação já é bastante difundido em países com tradição em inovação, nos quais o investimento privado e a pesquisa aplicada das universidades buscam desenvolver inovações que contribuam efetivamente para a sociedade. No caso do Lapol e da MicroAmbiental, o objetivo é transformar o conceito referente ao lixo, não mostrando-o como resíduo, mas sim como fonte de energia para a sociedade. “Desta forma, conseguiremos gerar energia limpa e, paralelamente, oferecer solução sustentável para o lixo, com grande atrativo econômico”, explica Luciano Prozillo, diretor da MicroAmbiental.

Autossustentável

Segundo o professor/doutor Giorgio de Tomi, a parceria é importante por causa do processo de gestão de inovação baseado nas melhores práticas de mercado. “Este convênio com a MicroAmbiental nos estimula a buscar o desenvolvimento tecnológico e a efetiva aplicação das novas tecnologias no mercado. Se fosse mais comum no Brasil este tipo de parceria, onde empresa e universidade se beneficiam, com certeza teríamos mais sucesso na superação de desafios de inovação, relativos ao baixo nível de inovação existente no País, que é uma das prioridades para que seja possível o nosso desenvolvimento econômico-social, de forma sustentável”, afirma Giorgio.
No processo, o “reator de micro-ondas” age nos resíduos, transferindo energia eletromagnética para o material e eliminando agentes patogênicos e grande parte da umidade residual. O processo é rápido e resulta numa biomassa sem cheiro e sem contaminação. Transferida para uma unidade termogeradora, ela possibilita a produção de energia elétrica para o sistema.

O balanço energético é positivo: o sistema consome internamente apenas 15% do conteúdo energético, sendo assim autossustentável. O produto do beneficiamento pode ser aproveitado para a geração de energia elétrica ou transformado em material combustível para aproveitamento em outros processos. As unidades são moduladas a partir de 50 toneladas de processamento de lixo por dia, dependendo da demanda do município ou empresa.
 
Da Agência Imprensa Oficial