USP desenvolve projeto para informar população sobre febre amarela

Docente e aluna do Instituto de Psicologia organizaram atividades no Parque Ecológico do Tietê, na cidade de São Paulo

ter, 04/09/2018 - 17h08 | Do Portal do Governo

O Parque Ecológico do Tietê (PET), na zona leste da capital paulista, foi palco de atividades promovidas pela Universidade de São Paulo (USP) sobre a conscientização quanto à febre amarela.

A professora Briseida Resende, do Instituto de Psicologia (IP) da USP, e Tatiane Valença, aluna de mestrado da universidade, desenvolveram um projeto de educação ambiental, com uma série de ações voltadas aos frequentadores. A iniciativa desenvolve atos que esclarecem o papel do macaco no ciclo da doença.

A ideia é derrubar mitos e difundir o que a ciência já sabe sobre o tema. Tudo começou com o projeto de mestrado de Tatiane Valença. Formada em biologia, a estudante pesquisava as interações entre pessoas e animais silvestres no parque, quando o local foi fechado, em novembro de 2017.

A partir daí, as atividades de conscientização começaram a ser planejadas, segundo a mestranda. “Vendo o antes e depois do fechamento do parque, o murmurinho de preocupação, as pessoas olhando o macaco durante a interação e conversando sobre febre amarela preocupadas. Nós achamos que seria importante fazer um projeto de extensão lá com essa temática”, ressalta Tatiane Valença.

Aprendizado

A mestranda Tatiane Valença aponta que o objetivo das ações é formar multiplicadores que espalhem o aprendizado por onde forem. “Nosso papel é atrair as pessoas preocupadas com isso, para que elas entendam melhor detalhes que não conhecem, se apropriem dessas informações e possam levá-las para os locais que frequentam”, salienta.

O papel do poder público na prevenção de doenças do tipo também ganha destaque. infectologista e coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde, Marcos Boulos destacou o mapeamento histórico da enfermidade no Brasil e como ela chegou ao território paulista. “Nós começamos a perceber o caminho que o vírus percorria até chegar aqui. Isso foi fundamental para que nós criássemos políticas de prevenção contra a doença antes mesmo de começar os surtos”, afirma.

Mídias

Regiane de Paula, do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, reforçou a importância das as ações ligadas às mídias digitais, que representam um canal de comunicação essencial entre os órgãos oficiais e a população. “É um trabalho importante para alertar e informar a população, bem como fomos notificados sobre as áreas em que apareceram macacos mortos”, diz.

Além da febre amarela, outras doenças transmitidas por mosquitos devem ser foco da atenção da população em geral, principalmente em relação ao Aedes aegypti, também responsável, no Brasil, por enfermidades como dengue, chikungunya e zika.

Biólogo do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, Paulo Urbinatti chama a atenção para a conscientização sobre a adaptação do animal ao ambiente das cidades. “O mosquito se adaptou a ambientes dentro ou próximos aos domicílios. Por isso, recomenda-se que os cidadãos sejam alertados sobre a responsabilidade em relação aos criadouros. Também existe a responsabilidade do poder público na fiscalização de pontos estratégicos, como borracharias e ferros-velhos”, enfatiza o pesquisador.