USP de Ribeirão Preto prestará atendimento a pacientes acamados

Serão realizadas pequenas restaurações, tratamento periodontal básico, extração e manutenção de próteses

qua, 11/08/2010 - 20h00 | Do Portal do Governo

Numa iniciativa inédita, a Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da Universidade de São Paulo (USP) vai implantar neste semestre o primeiro serviço público de atendimento odontológico domiciliar da cidade. Serão beneficiados pacientes acamados ou com dificuldade de locomoção, atendidos nos programas de visitas domiciliares dos cinco Núcleos do Programa de Saúde da Família e do Centro de Saúde Escola do Sumarezinho, setores onde atuam unidades da USP na cidade.

Segundo a professora Marlívia Watanabe, da FORP, atualmente as equipes de saúde dos Núcleos e do Centro de Saúde acompanham cerca de 130 acamados nesta região que já recebem cuidados na área de saúde bucal, como ações de higiene bucal e de próteses. Entretanto, os que necessitam de procedimentos cirúrgico-restauradores e manutenção adequada de próteses não recebem atendimento, pois demandam equipamento odontológico.

“O primeiro passo para estruturar esse atendimento será o levantamento das necessidades específicas desse grupo de pacientes, e o estabelecimento de prioridades, pois algumas dessas pessoas estão há muitos anos sem atendimento odontológico e nesse caso é preciso considerar os casos mais urgentes e graves”, relata a professora.

Para o atendimento, a unidade acaba de adquirir um consultório móvel portátil e com ele será possível fazer procedimentos cirúrgico-restauradores, como pequenas restaurações, tratamento periodontal básico, extração e, ainda, a manutenção e adequação de próteses dentárias. O atendimento será feito pelos alunos da disciplina de Odontogerontologia, com supervisão da professora Maria da Glória Chiarello de Mattos.

Reorientação profissional

O diretor da FORP, professor Osvaldo Luiz Bezzon, diz que essa aquisição e a estruturação do serviço só foram possíveis com a participação da FORP no Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde, o Pró-Saúde, um programa de melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS), que envolve os Ministérios da Saúde e da Educação. “Esse programa contempla cursos de graduação em saúde que estão desenvolvendo currículos com atividades voltadas para formação generalista, nos serviços de saúde dos municípios. A FORP é uma das unidades contempladas em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde. Estamos aplicando os recursos nas unidades do Distrito Oeste, por meio da aquisição de equipamentos, materiais de consumo e adequação de instalações físicas.”

Enquanto o Pró-Saúde visa a melhoria da infraestrutura, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), também dos Ministérios da Saúde e da Educação, estimula a participação de professores, alunos e profissionais dos serviços de saúde nas atividades de ensino-aprendizagem das graduações em saúde, por meio da destinação de bolsas. “O objetivo é ampliar o conhecimento na área da atenção básica”, explica Marlívia.

Atualmente a FORP acompanha mais de 3.800 famílias do Distrito Oeste, num total de 13 mil pessoas, em atividades de atendimento primário e básico. O acompanhamento compreende desde levantamento da população atendida, organização social, de recursos, do sistema de saúde local, até o desenvolvimento de atividades coletivas nos espaços das unidades de saúde e sociais, além de atividades de cuidados individuais, acolhimento, visita domiciliar, diagnóstico e intervenção terapêutica, como consultas, adequação do meio bucal e procedimentos cirúrgicos-restauradores. “Os casos mais complexos, como acontece em toda rede de assistência do município, são encaminhados para a regulação do Sistema Municipal da Saúde” diz Marlívia.

Além da FORP, participam dos Projetos outras quatro unidades do Câmpus, Escola de Enfermagem (EERP), Faculdade de Medicina (FMRP), Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFRP) e Faculdade de Medicina (FMRP). “Todos estão envolvidos diretamente com atividades curriculares desenvolvidas nessas unidades, as quais visam aproximar o estudante da realidade dos serviços de saúde do município e prepará-lo para atuar de forma mais adequada enquanto profissional da saúde”, conclui Marlívia.

Da USP