USP: cientistas elaboram kit para identificar taxa de ferro no organismo

Principal aplicação do pacote de análises é o uso em materiais biológicos, como em células, sangue, tecidos e órgãos

qua, 11/07/2018 - 16h31 | Do Portal do Governo

Pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP) promovem estudos e avaliações importantes sobre o ferro, substância fundamental para as funções do corpo humano. Por isso, os pesquisadores criaram um kit capaz de verificar a quantidade da substância presente em materiais biológicos, como células, órgãos e sangue, inclusive quando o metal está presente na forma de nanopartículas.

É importante ressaltar que o custo de produção do pacote pode ser reduzido até pela metade em relação à tecnologia disponível. Além disso, a patente foi intermediada pela Agência USP de Inovação (Auspin), que busca empresas interessadas na comercialização e produção.

No setor, observa-se um aumento do uso de nanopartículas na Medicina, que incluem o ferro. “Elas são injetadas no organismo e passam pela corrente sanguínea, podendo se acumular no fígado, órgão responsável pela ‘limpeza’ do sangue. Por essa razão, é importante determinar com precisão o acúmulo de nanopartículas, o que os kits vendidos atualmente não fazem”, explica Mayara Klimuk Uchiyama, cientista que participou do estudo.

Origem

Vale destacar que o projeto foi originado para buscar alternativas à ausência de kits que façam a dosagem de nanomateriais, como as partículas de ferro, em amostras biológicas. “Embora o uso de nanotecnologia seja cada vez mais comum, inclusive na área médica, esses kits não conseguem fracionar ao mesmo tempo o material biológico e as nanopartículas em moléculas menores”, enfatiza. “O kit desenvolvido permite disponibilizar o ferro de maneira adequada para sua completa análise”, acrescenta.

Em linhas gerais, a principal aplicação do kit é para materiais biológicos, como células, sangue, tecidos e órgãos. “Por exemplo, se um médico quiser saber se o paciente está com falta de ferro no organismo, um exame laboratorial com auxílio do kit poderia diagnosticar a anemia”, observa Mayara Klimuk Uchiyama.

“Com algumas adaptações, o kit poderá ser utilizado em qualquer material que contenha ferro, como amostras de água e até de solos”, destaca a pesquisadora. Devido aos reagentes utilizados, a cientista calcula que o custo de produção possa ser reduzido pela metade em relação aos kits disponíveis no mercado.