USP: Bagaço de caju vira matéria-prima de hambúrgueres

Pesquisa foi desenvolvida ano passado por alunos da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, da USP de Pirassununga

qua, 10/01/2007 - 14h57 | Do Portal do Governo

Do caju nada se perde, tudo se aproveita! A fruta dá um ótimo suco, sua semente tem uma casca rica em óleo industrial e uma castanha saborosa, que é  muito exportada. Agora, até mesmo as fibras do bagaço, antes descartadas pela indústria, passarão a ser aproveitadas para fazer hambúrgueres. Pesquisa nesse sentido foi desenvolvida ano passado por alunos da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, da USP de Pirassununga. O produto, garantem os universitários, apresenta alto valor nutritivo e custo menor que os demais do tipo light feitos de proteína de soja.

O aluno Rubem Fernando dos Anjos, um dos participantes do projeto, conta que a idéia de aproveitar a fibra de caju surgiu a partir de um trabalho da disciplina de Planejamento e Projetos. “No Nordeste brasileiro, onde há grandes cultivos da fruta, as fibras, quando não jogadas fora, servem apenas para a produção artesanal de doces ou como ração animal. Agora terão outro aproveitamento”, explica Rubem.

O processo de produção é semelhante ao dos hambúrgueres comuns. “Após descartadas, as fibras são imediatamente resfriadas e preparadas para uso por uma técnica chamada branqueamento”, relata o universitário. Nesse caso, o bagaço é cozido em água por alguns minutos para eliminar odores e microorganismos e impedir a ação das enzimas presentes na fruta para evitar oxidação e escurecimento.

A receita de hambúrguer desenvolvida na USP de Pirassununga utiliza no mínimo 60% de fibra de caju, além de queijo, proteína de soja isolada, condimentos e água. Os pesquisadores pretendem aprimorar o sabor e o teor de fibras no hambúrguer de caju. “Também será comprovado seu valor nutricional, pois o alto teor de fibras pode melhorar o funcionamento do intestino e dificultar a assimilação de gorduras e toxinas, além de contribuir para o aproveitamento de nutrientes pelo corpo”, assegura Rubem.

Os alunos criaram o projeto de uma empresa, a “Cajubrás”, para estabelecer parcerias que assegurem a continuidade das pesquisas e também tornem possível a industrialização do produto. A região mais interessante para a produção do hambúrguer seria o Nordeste, onde está a maioria das indústrias que descartam o bagaço da fruta.

A pesquisa teve também a participação dos alunos Fernando Hypolito, Luís Antonio Thomaz de Godoy Filho e Rodolfo Maldonado Compoy dos Santos, além da colaboração das professoras Alessandra Lopes de Oliveira e Vivian Lara dos Santos Silva.

SERVIÇO

Mais informações, no site http://br.geocities.com/cajubras/

Da Agência USP de Notícias

 

(AM)