Úrsula Carvalhaes, professora de pintura, suíça de nascimento, brasileira de coração, diz que “trabalhar com a Eliana é um aprendizado constante. Nunca havia ensinado uma pessoa a pintar com a boca. Quando entrei aqui, vi que tinha mais para aprender do que para ensinar”. Hoje, Eliana e Úrsula formam uma dupla dinâmica.
As atividades ajudam a diminuir o estresse dos pacientes. “No caso da Eliana e Paulo, pacientes crônicos, a interação com a equipe de multiprofissionais é importante. Trabalhos de socialização (como passeios, cursos) ajudam a melhorar a qualidade de vida. Além disso, os dois pacientes são assessorados por psicóloga, médicos, enfermeiras e assistente social”, afirma o doutor Nuno Landgraf, do IOT.
A evolução da Medicina, por outro lado, auxilia na melhora do quadro clínico desses internos. “Há 20 anos, a área de ortopedia, no Brasil e no mundo, dava seus primeiros passos. Atualmente, com os novos tratamentos e equipamentos desenvolvidos tecnologicamente, os pacientes crônicos conseguem levar uma vida mais confortável. A poliomielite já está erradicada no Brasil há 20 anos e, graças às campanhas sistemáticas de vacinação e à facilidade da aplicação da vacina (oral), casos como os da Eliana e do Paulo não se repetem”, completa.
Namoro – “Quando fui convidado a dar aula para o Paulo e a Eliana, comecei um breve namoro para ver se os dois gostavam de mim. A paixão foi imediata”, confessa Mauro César Duarte. As aulas do professor são dinâmicas. Mauro ensina, na prática, Matemática, Física, Química e Biologia. “Precisei adaptar os temas para evitar que ficassem muito desgastados. O resultado não poderia ser melhor. Eles não ficam dispersos e aprendem mais rápido. A experiência que adquiro aqui levo para as aulas que ministro para os funcionários do Palácio dos Bandeirantes”. Eliana finaliza: “A aula de Física é punk, mas não vou desistir”.
Maria Lúcia Zanelli
Da Agência Imprensa Oficial
