Quem anda pelos corredores da Universidade Livre de Música, do Centro de Estudos Musicais Tom Jobim, esbarra a todo momento num jovem carregando algum instrumento. Alguns deles costumam se reunir nos corredores, nas horas vagas, para mostrar o que aprendem. É o caso dos colegas Rodrigo Souza Carneiro, de 21 anos, e Émerson Bernardes, de 23.
O primeiro entrou este ano na escola para aprimorar seu conhecimento no violão de sete cordas. Já Émerson, que está no terceiro ano, mostra destreza no dedilhar do cavaquinho. Ambos se entendem bem na interpretação conjunta de Rosa, valsinha famosa de Otávio de Sousa e do mestre Pixinguinha. Rodrigo faz a base e Émerson o solo.
Para ingressar na ULM, Rodrigo enfrentou uma concorrência grande – 10 candidatos por vaga. O processo seletivo, realizado em janeiro, este ano recebeu 10.232 inscrições para os cursos regulares, superando as 10.050 do ano passado. Eles concorreram a 974 vagas disponíveis nas duas unidades da ULM, nos bairros da Luz e do Brooklin, na Capital. A escola também recebeu 1.561 inscritos, que fizeram prova de olho numa das 243 bolsas mensais de R$ 360 oferecidas para jovens que irão integrar os quatro grupos musicais da ULM. Em 2006, concorreram 1.200 pessoas.
A ULM oferece atualmente 43 cursos regulares e 24 livres, ambos gratuitos, a 2.437 alunos, entre crianças, jovens e adultos. Os primeiros costumam durar de quatro a nove anos e os outros seis meses. O aluno paga somente a inscrição ao vestibular e a taxa de matrícula, que este ano foi de R$ 35 e R$ 25, respectivamente. Para ensinar estes alunos, a ULM dispõe de quase 200 professores.
Os cursos da ULM dividem-se em instrumentação, canto lírico e popular, regência, composição e arranjos. Os mais procurados são canto popular, piano, violão saxofone e guitarra. Entre os cursos mais longos, destacam-se piano e violino e nos de até quatro anos, canto popular e trompete. Nos cursos livres semestrais figuram opções como música indiana, iniciação musical para crianças, coral para terceira idade e música para cinema.
Apresentações
A coordenadora Aída Machado explica que o Centro Tom Jobim é dividido em duas áreas: a ULM que responde pelos cursos e outra que cuida de duas orquestras profissionais (Banda Sinfônica do Estado e Orquestra Jazz Sinfônica) e também eventos especiais, como o Festival de Campos do Jordão, realizado todo ano durante o inverno. As duas orquestras, com músicos mais experientes, costumam se apresentar de acordo com agenda determinada a cada ano.
A universidade também conta com quatro grupos de jovens bolsistas: Coro Jovem do Estado, as orquestras Jovem e a Tom Jobim e a Banda Sinfônica Jovem. Eles costumam mostrar seus talentos no Theatro São Pedro, no Memorial da América Latina, Sala São Paulo e também em outros locais, quando convidados. Todos os anos estes grupos são renovados, porém, os integrantes podem participar de novas seleções e, novamente aprovados, permanecer até completar 25 anos.
Uma das novidades de 2007, aposta Aída Machado, é o curso de música antiga. “Inédito no Brasil”, assegura a coordenadora. As provas para este núcleo foram realizadas fora do vestibular normal. Concorreram 112 pessoas, sendo 21 aprovadas. Os cursos são: cravo, alaúde, transverso (um tipo de flauta), instrumentos barrocos (violino, violoncelo e oboé) e flauta doce. A partir do ano que vem, o Núcleo de Música Antiga será incorporado aos demais cursos regulares.
Otávio Nunes
Da Agência Imprensa Oficial
