Unidade do HC de Ribeirão Preto fica em 4º lugar em transplantes

Unidade realizou 24 transplantes entre 17 de julho de 2006 e 31 de julho de 2007

sex, 19/10/2007 - 11h19 | Do Portal do Governo

 A Unidade de Transplantes de Fígado do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto ficou em quarto lugar no número estadual com a realização de 24 transplantes de fígado, no período compreendido entre 17 de julho de 2006 e 31 de julho de 2007. A informação é do Coordenador da Unidade, Prof. Dr. Orlando de Castro e Silva Júnior. Ele disse que a Unidade pôde contabilizar em setembro, um total de 27 transplantes e também ficou colocada em primeiro lugar no interior paulista. No período referido, o Sistema Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde, teve notificação da realização de 353 transplantes, em 22 unidades hospitalares credenciadas. 

No Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, o Prof. Dr. Orlando de Castro e Silva, atribuiu o índice positivo “ao trabalho bem organizado que o grupo está fazendo com o apoio da direção do Hospital e da Faculdade de Medicina”. Segundo ele, outro fator de contribuição é o funcionamento descentralizado das Centrais Estaduais de Transplante: “são as duas centrais funcionando de forma independente para os doentes do interior e da capital; de tal forma que o interior não compete com a capital e vice-versa”. 

No Estado de São Paulo, estão instaladas duas CNCDOs (Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos): uma na capital, que atende a cidade e os municípios da Grande São Paulo e do litoral paulista e outra no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, que atende os demais municípios do interior do Estado. Além das centrais, existem também nas unidades hospitalares paulistas, as OPOs (Organizações de Procura de Órgãos), em número de dez, segundo divulgação de registro da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos). O Estado tem trinta equipes médicas credenciadas para o transplante de fígado na capital e cinco no interior. 

O Prof. Dr. Orlando de Castro e Silva considera “fundamental” a existência das duas centrais estaduais, por causa das filas de espera pelo transplante. Uma para o interior e outra para a capital. Ele disse que no último Congresso da ABTO, em setembro de 2007, em Florianópolis (SC), foi levantada a possibilidade de manutenção de uma única CNCDO, na capital. Esta proposta de centralização, segundo ele, significaria um retrocesso no funcionamento do serviço. Disse que o interior deve continuar trabalhando de forma separada da capital em razão da demanda diferenciada. “Em São Paulo são grandes filas de espera, muito maiores que a nossa. O tempo de espera para transplante é muito maior que o nosso. É um conjunto de fatores que explica porque que nós estamos aumentando o número de transplantes”. 

A mudança no critério de distribuição de fígado de doadores cadáveres, que substituiu desde maio de 2006, a ordem cronológica de ingresso na fila de espera, pelo “critério de gravidade do estado clínico do paciente” também pode ter contribuído para a realização de um maior número de transplantes na Unidade do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Além disso, aumentou as chances de sobrevivência. De acordo com o Coordenador da Unidade tem ocorrido menos óbito pós-transplante. “A nossa sobrevida hoje é comparável aos melhores serviços internacionais, com mais de 80% de sobrevida real”. 

Mesmo com estes resultados, ele considera que a Unidade ainda está trabalhando “aquém do nosso potencial e da nossa capacidade que é de chegar a cinqüenta transplantes por ano”. Defendeu a necessidade de aparelhamento e organização dos hospitais para a manutenção das condições ideais dos doadores. “Para que eles possam ser bons doadores e aumentar a disponibilidade do número de órgãos”. Na fila de espera da Unidade há o cadastro de pelo menos 140 pacientes. 

Segundo o Prof. Dr. Orlando de Castro e Silva, “não é a recusa familiar o mais importante”. Falta estrutura hospitalar em 80% dos casos em que há “um paciente potencial doador que teve morte encefálica”. Chefe da Disciplina de Gastroenterologia da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo), ele também é representante do Hospital das Clínicas junto à Câmara Técnica de Transplantes de Fígado na Secretaria de Estado da Saúde e presidente do SPIT (São Paulo Interior Transplante) .

Do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto

(C.C.)