Unidade de Conservação em Rio Claro apresenta revitalização de jardim

Obras no Jardim da 2ª Baronesa de Piracicaba contou com o trabalho conjunto do poder público e da iniciativa privada

sex, 20/03/2020 - 18h03 | Do Portal do Governo
DownloadDivulgação/Fundação Florestal

A Fundação Florestal inaugurou, nesta segunda-feira (16), o Jardim da 2ª Baronesa de Piracicaba, na Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (FEENA), em Rio Claro, no interior do Estado. A obra de revitalização do espaço incluiu um jardim funcional para as abelhas nativas.

O objetivo é a Unidade de Conservação oferecer um novo atrativo aos visitantes em geral, criadores de abelhas, alunos, pesquisadores, criadores de abelhas e produtores e curiosos sobre as abelhas e a importância delas na manutenção da biodiversidade.

“A indicação foi feita durante as visitas de nossa equipe na busca de um espaço para a implantação de um jardim funcional para as abelhas”, revela Lucila Manzatti, diretora Metropolitana e Interior da Fundação Florestal.

“A partir daí, ficou decidido que a área seria revitalizada, primeiro pelo seu valor histórico e cultural, e segundo, por possibilitar que a aplicação do conceito de ecologia funcional, fosse conciliado com o uso do jardim”, acrescenta.

Proposta

O então conhecido Jardim da Baronesa foi originalmente construído por Maria Joaquina de Melo e Oliveira, 2ª Baronesa de Piracicaba, em meados do século XIX. O local estava em condições precárias, escondido em meios a espécies exóticas e invasoras, sendo impossível reconhecer o formato original, inspirado nos Jardins de Versailles, na França, seguindo um modelo com desenhos espelhados, onde originalmente deveria conter flores de colorido e espécies diversas.

A proposta atual conta com um pequeno memorial a céu aberto, que apresenta a história Baronesa de Piracicaba, Maria Joachina de Mello Oliveira e da família.

Jardim funcional

A concepção da revitalização do Jardim da Baronesa de Piracicaba foi da Consultoria Inteligente em Serviços Ecossistêmicos (CISE), que teve orientação de Cláudia Inês da Silva, engenheira agrônoma que atua na área de ecologia funcional, interação abelha-planta e palinoecologia.

“Um jardim funcional para abelhas é construído com base no conceito de ecologia funcional, onde os organismos inseridos se relacionam, constituindo e se beneficiando de uma rede de interação ecológica”, salienta a engenheira agrônoma.

“Um paisagismo funcional é muito mais do que um paisagismo estético onde a beleza e a harmonização são os focos centrais. Em um jardim funcional, são escolhidas espécies de plantas de acordo com sua importância para atrair e manter a diversidade de visitantes florais que podem ser seus polinizadores”, completa Cláudia Inês da Silva.

“Esses insetos polinizam mais de 78% das plantas cultivadas que a espécie humana utilizada na sua alimentação e também são responsáveis pela polinização de mais de 80% de plantas nativas do bioma cerrado, vegetação predominante na região. Conhecer as abelhas e preservá-las, assim como outros polinizadores, é garantir qualidade de vida para todos os animais, incluindo os humanos”, explica.

Trabalho conjunto

No dia da inauguração, Claudia Inês da Silva lançou o livro “Plantas e pólen em áreas urbanas: uso no paisagismo amigável aos polinizadores”, organizado juntamente com Astrid de Matos Peixoto Kleinert.

A revitalização do Jardim da Baronesa de Piracicaba teve patrocínio da Bayer e contou com o apoio da CISE, Universidade Estadual Paulista (Unesp), FEENA, Fundação Florestal, Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura Municipal de Rio Claro, Plante Fácil, Marcilio de Aveiro, Marco Rosa e outros colaboradores.

A partir de agora, o Jardim da Baronesa, além de ter resgatado aspectos históricos e culturais de grande importância para a própria FEENA, para a cidade de Rio Claro e região, também proporcionará reflexões sobre a biodiversidade, através da observação do movimento das abelhas que nele foram  instaladas ou as que passarão a visitá-lo.  Ele será utilizado como um espaço de educação ambiental, sob a coordenação do professor Osmar Malaspina, da Unesp, de Rodrigo Campanha, gestor da FEENA, com colaboração e apoio da CISE.