Unicamp recebe inscrições para formação de educadores ambientais

Programa formará, ao longo de um ano e meio, 150 novos educadores ambientais

ter, 13/02/2007 - 15h55 | Do Portal do Governo

O Coletivo Educador Ambiental de Campinas (Coeduca) recebe até terça-feira, dia 13, inscrições para o Programa de Formação de Educadores Ambientais de Campinas.

Segundo o coordenador do projeto, Sandro Tonso, o programa formará, ao longo de um ano e meio, 150 novos educadores ambientais através de uma proposta diferenciada e inovadora. “Trabalharemos com três grupos de ações e no final do primeiro semestre cada aluno iniciará a implementação efetiva de uma proposta na sua região de origem, em Campinas”, afirmou Tonso.

As inscrições, gratuitas, podem ser feitas através do e-mail do Coeduca. O programa tem como público alvo líderes comunitários, técnicos de instituições públicas ou privadas, agentes de saúde, professores da rede de ensino, jovens ligados a movimentos sociais e pessoas que tenham apoio de suas instituições para participar do processo.

Sandro, que é docente do Centro Superior de Educação Tecnológica (Ceset) da Unicamp, esclareceu que na estrutura do programa o primeiro grupo de ação, denominado Núcleo Básico, será destinado a todos os alunos. O segundo grupo, chamado de Núcleo Opcional, será composto de atividades não específicas, no qual o aluno poderá optar pelas quais quer realizar, de acordo com o interesse de sua região. E, finalmente, o terceiro grupo será construído pelos próprios alunos em consonância com a demanda gerada pelas diversas regiões da cidade de Campina. “Isso é revolucionário”, salientou Tonso. O Coeduca é um consórcio entre Unicamp, através da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), PUC-Campinas, Prefeitura Municipal de Campinas, Ceasa Campinas, Sanasa, Fundação José Pedro de Oliveira (Mata Santa Genebra), Instituto de Pesquisas Especiais para a Sociedade (IPES) e as organizações não-governamentais Jaguatibaia, Gaia e Sonha Barão, e tem apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA).

O coordenador explicou que essa movimentação surgiu no final de 2005, quando o MMA e a Diretoria de Educação Ambiental propuseram uma nova estratégia de se formar novos educadores ambientais. “Ao invés de se fazer uma coisa centralizada e reproduzida da mesma forma em todos os lugares do país, o MMA propôs uma organização em coletivos de instituições que já trabalham com educação ambiental”, disse. A partir do primeiro contato entre essas instituições locais surge o Programa de Formação de Educador Ambiental específico daquela região. A proposta do MMA acabou gerando um edital do Fundo Nacional do Meio Ambiente. “Apresentamos, então, nosso projeto e concorremos com mais de 60 projetos. Alcançamos o primeiro lugar”, comemorou. Para esse programa o MMA destinou R$ 200 mil.

Para Sandro, a proposta tem muita sintonia com o programa do MMA, no sentido de que o entendimento sobre educação ambiental não é uma questão simples de plantar mata ciliar ou de proteger o mico-leão dourado. “É de compreender que as questões ambientais e as questões sociais, incluindo as econômicas e culturais, são absolutamente interligadas”, ressaltou. Portanto, para ele, fazer um programa de educação ambiental é fazer um programa de cidadania, um programa de valorização do indivíduo, de valorização da cultura. Dessa maneira, o coletivo de instituições torna-se muito importante, pois o conjunto de saberes que existe em cada uma dessas instituições e nas pessoas que aderiram ao programa é que dá a base conceitual do programa.

Mesmo tendo perfis diferentes, específicos de cada região, os coletivos educadores não podem abandonar alguns princípios que são homogêneos e que fazem parte da política pública de educação ambiental do MMA. Sandro mostra que o principal deles é não separar a questão social da ambiental, uma vez que se corre o risco de não olhar para a integração do aspecto ecológico dentro de uma sociedade, dentro de um modo de vida, de valores.

“Nós discutimos a questão dos valores consumistas da sociedade. Mas isso tem a ver com educação ambiental? Claro, porque a conseqüência disso é o impacto nas relações humanas, na relação do ser humano com o ambiente”, observou.

Outra importante parceria que está sendo construída, de acordo com Tonso, é com a Diretoria Regional de Ensino do Estado de São Paulo. “Ao entrar na rede de ensino, essa lógica de que a questão ambiental não pode ser dissociada das outras questões entra junto”, afirmou. “O grande objetivo desse programa é a formação de multiplicadores, capazes de difundir a visão da relação ambiente-sociedade e avançar nela, aglutinando cada vez mais pessoas nesse programa”, finalizou.

Do Portal da Unicamp

(R.A.)