Trinta e quatro anos depois de seu fechamento, a Estação Guanabara reabriu as suas portas para o público. Grande parte do prédio desativado em 1974 está totalmente restaurado e foi entregue como um presente a Campinas no final de abril. Primeiro, o local abrigará até o dia 15 de junho a 13ª edição da mostra Campinas Decor, que traz para os visitantes as últimas tendências em
arquitetura, paisagismo e decoração. Na seqüência, o Centro Cultural de Inclusão e Integração Social, coordenado pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) da Unicamp, dará prosseguimento aos projetos de oficinas profissionalizantes, exposições e diversas atividades culturais voltadas para a população.
A previsão é que em agosto o Centro Cultural esteja em pleno funcionamento. “É a materialização de um sonho. Parte da Estação Guanabara foi restaurada e, em breve, devolveremos o espaço para a sociedade”, destacou o reitor José Tadeu Jorge durante a cerimônia de abertura do evento, que contou ainda com as participações do secretário municipal de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo de Campinas, Sinval Roberto Durigon, que representou o prefeito Hélio de Oliveira Santos; do pró-reitor de Extensão Mohamed Habib e das organizadoras da mostra, Sueli Cardoso e Stella Tozzo.
Para o reitor, este feito só foi possível graças à parceria com a organização da Campinas Decor, que aceitou o desafio de instalar a exposição em um espaço tombado. Segundo o reitor, a integração entre as partes foi extremamente positiva, pois são duas instituições que trabalham com a inovação. Em clima de emoção, Tadeu Jorge lembrou do sonho de 18 anos dos dirigentes da Universidade em transformar o local em espaço cultural para dar vazão à produção artística, não só da Universidade como de outros centros em uma região central. “Hoje estamos diante da realidade”, declarou.
O pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, professor Mohamed Habib, não conseguiu esconder o entusiasmo com a realização de tamanha obra. “Um bairro deteriorado e um prédio que passou por degradação. Era um cenário triste que no final do ano passado começou a tomar outra forma. Hoje temos o resgate da memória, da história, da arte, do passado e da valorização do bairro”, afirmou.
A Orquestra Sinfônica da Unicamp, sob a regência do maestro Eduardo Ostergren, inaugurou o ambiente que será dedicado, justamente, às manifestações artísticas. “É um lugar elegante e a acústica muito boa.
Um espaço necessário para a cidade”, comentou o Ostergren.
A professora Olga von Simson, do Centro de Memória Unicamp, também presente na abertura da mostra, falou sobre o projeto de recuperação da memória ferroviária que será desenvolvido na Estação Guanabara, no segundo semestre deste ano. Segundo ela, um dos pontos altos do projeto será a coleta de depoimentos de ex-funcionários da Estação no próprio local. “É uma parceria com o Sindicato dos Ferroviários, em que traremos o pessoal aqui para reativar a memória do local”, explicou.
Guanabara esteve nas mãos de mais de 1.500 profissionais entre arquitetos, paisagistas, decoradores e outros. Desenvolvidas a partir de dezembro passado, as atividades de restauração culminaram com um esforço concentrado nos meses de janeiro a abril. “O grande diferencial desta edição foi, justamente, trabalhar em uma obra que seria resgatada para a população de Campinas e abrigaria um centro cultural. Todos os profissionais abraçaram a causa para atingir o objetivo”, comemorou Sueli Cardoso.
O Campinas Decor possui 54 espaços montados para os mais diversos ambientes de uma casa, desde salas de banho até salas de música e outros. Muitos dos ambientes foram montados e estruturados para receber as oficinas profissionalizantes que o Centro Cultural estará organizando, como é o caso do salão de beleza. O Campinas Decor abriu para o público no dia primeiro de maio.
Serviço
Estação Guanabara
Rua Mário Siqueira, s/n
Jardim Guanabara
13020-210 – Campinas, SP
19-3233-7801
Da Unicamp