Instigar a curiosidade de jovens da rede pública e fazê-los utilizar a imaginação para superar obstáculos é o objetivo do Projeto Oficina Desafio, do Museu de Ciências da Unicamp. Trata-se de uma oficina ambulante que percorrerá escolas com propostas de desafios para os estudantes.
A iniciativa é realizada em parceria com o Instituto Sangari, entidade dedicada a promover educação básica com qualidade e inclusão social, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Para o presidente do Instituto Sangari, Ben Sangari, o Oficina Desafio é exemplo de que a aprendizagem não acontece apenas na sala de aula. “Por meio de experiências, jovens são desafiados a resolver problemas reais do seu dia-a-dia, aprendendo a usar ferramentas adequadas”, afirma.
De acordo com Marcelo Firer, professor de matemática da Unicamp e coordenador do projeto, o objetivo é estimular os alunos participantes a desenvolverem soluções para os problemas reais propostos, com a ajuda de monitores treinados e do equipamento da oficina ambulante. “A primeira missão é estimular os escolares a trabalhar com resolução de problemas, incentivar o trabalho em equipe e despertar paixões e vocações”, enfatiza Firer. Outra proposta é apoiar a participação de professores no projeto.
Para a estudante Júlia Ferreira Tessler, “é muito interessante essa idéia de colocar a mão na massa. As pessoas ficam dentro de casa e vêem as coisas pelo mundo dos computadores. Aqui a gente trabalha em equipe. E os laços de amizade que firmamos são incríveis”.
Estrutura – A oficina é montada em caminhão personalizado, com equipamentos e instrumentos: alicates, serras, chaves, espátulas, multímetro, torno, furadeira e lixadeira, entre outros. A partir de agosto, percorrerá as escolas. As atividades estão divididas em Pequenos Desafios e Grandes Desafios. Nos primeiros, que duram um dia, a oficina ambulante vai, com os monitores, a uma escola previamente agendada. A oficina é montada, o desafio apresentado e as equipes trabalham as soluções, dispondo de ferramentas e peças e a orientação de 35 monitores.
A estudante de Biologia Michelle Cândida dos Santos (quando selecionada para atuar como monitora do projeto) sabia que poderia realizar parte de seus projetos de adolescência: contribuir para a construção de um ensino público de qualidade. Durante o último dia de capacitação de monitores do projeto, Michelle teve a missão de auxiliar 45 jovens a construir um elevador em duas horas. “É uma satisfação ver essas crianças recebendo conceitos de Física, Matemática, entendendo a função de uma roldana, de uma engrenagem, trabalhando em equipe”, diz a universitária.
Estão abertas as inscrições das escolas para os Pequenos Desafios. Para o Grande Desafio, a abertura será no mês que vem. A primeira edição da iniciativa terá caráter regional no Estado de São Paulo, embora seja possível estendê-la para outras regiões do país. De acordo com o coordenador do projeto, atividades como a Oficina Desafio “estimulam a capacidade de resolução de problemas, propiciando aos jovens experiência em que podem utilizar amplo rol de conhecimentos e habilidades, para enfrentar, sempre em grupo, desafios de caráter científico-tecnológico”.
SERVIÇO
Para participar do projeto, escolas devem fazer agendamento na página da Oficina Desafio: www.mc.unicamp.br/desafio
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)
