Unicamp pesquisa motocicleta elétrica

Projeto contribui para economia de combustíveis fósseis e preservação do meio ambiente

qua, 23/07/2008 - 11h12 | Do Portal do Governo

Representantes da CPFL Energia e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) formalizaram – na semana passada (18), último dia da 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Campinas – protocolo de intenções para o desenvolvimento de inovações voltadas ao mercado de veículos elétricos.

A iniciativa tem como objetivo o estudo de características técnicas para aprimoramento tecnológico de um modelo de motocicleta elétrica importada pela CPFL, de modo a contribuir para a economia de combustíveis fósseis e para a preservação do meio ambiente. O veículo é silencioso e não emite gases tóxicos causadores do efeito estufa.

De acordo com Luiz Antônio Rossi, coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) da Unicamp, responsável pelas pesquisas, elas se concentrarão em questões como a otimização da tração do veículo em diferentes condições de uso e tipos de terreno encontrados no Brasil, ampliação de autonomia e redução do tempo de recarga da bateria.

Mais autonomia – Atualmente, o veículo percorre 50 quilômetros com a bateria completamente carregada. Recarregá-la demora quatro horas. O projeto pretende elevar a autonomia para 150 quilômetros e reduzir o tempo de recarga para duas horas. O custo por quilômetro percorrido gira em torno de R$ 0,01. “Um dos principais gargalos para atingirmos esses objetivos é o sistema de bateria, que, por ser de chumbo ácido, é muito pesada, tem vida útil pequena e tempo de recarga elevado. Elas deverão ser substituídas por baterias de íon lítio, que têm potência maior e são mais resistentes. Com isso, teremos tempo menor de substituição e conseguiremos vencer distâncias maiores”, informa Rossi.

Outra característica da moto importada a ser transposta é o condicionamento da potência, que envolve o sistema formado por bateria, parte mecânica e tração. “Além de estudarmos motores de ar comprimido, o projeto inclui a criação de uma logística de mercado para a recarga de baterias em lojas especializadas, em troca de uma espécie de cartão de abastecimento”, explica.

Veículo sustentável – Segundo Rossi, o desafio do Nipe é grande por envolver o desenvolvimento responsável do ponto de vista tecnológico, ambiental e social. “Essas pesquisas deverão ser realizadas num prazo de seis meses, quando a CPFL Energia deve importar cerca de 50 novas unidades da moto elétrica para adaptação tecnológica e comercialização”.

O vice-presidente de gestão de energia da CPFL, Paulo Cezar Coelho Tavares, informou que, nos últimos quatro anos, a empresa firmou parcerias com a Unicamp em 26 projetos de pesquisa, dos quais 16 foram encerrados com resultados positivos, em um valor global de cerca de R$ 26 milhões. “Esse projeto que acaba de ser lançado certamente terá êxito, pois trará mais qualidade de vida para as pessoas e um futuro melhor para o planeta”, afirmou.

Da Agência Fapesp

(M.C.)