A implantação da Reforma Curricular na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, ocorrida em 2001, gerou a integração dos conteúdos curriculares, a ampliação dos estágios nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nos hospitais de Hortolândia e Sumaré e o contato, mais cedo, do aluno com sua profissão. Segundo o diretor da FCM, José Antonio Rocha Gontijo, a reforma curricular da FCM está balizada em três pilares: o novo tipo de médico a ser formado; os aspectos éticos que regem a formação e a prática médica e o equilíbrio na formação vertical do conhecimento inserido nas duas bases anteriores.
“O que garante a perenidade desse processo é a forma como ele foi concebido, com a participação de docentes e discentes que vieram com espírito aberto para incorporar novas idéias”, disse Gontijo durante a abertura do “Encontro sobre avaliação no curso de Medicina da FCM”, ocorrido terça-feira (31), no anfiteatro 1 da Legolândia. O diretor-associado da FCM, Gil Guerra Júnior, disse que a reforma curricular da FCM contempla a todo o instante o relacionamento interpessoal e busca formar um profissional mais adequado à realidade da assistência à saúde no Brasil.
Para a coordenadora de Ensino em Graduação em Medicina da FCM, Angélica Maria Bicudo Zeferino, ainda há muito que se fazer, principalmente diminuir a subjetividade na avaliação e definir as vantagens e desvantagens dos métodos para a avaliação do aluno. “Um só modelo não avalia o aluno em sala de aula e em atividade nas UBS, por exemplo. Por isso, é necessário uma avaliação de 360º para professor, equipe de alunos e usuários”, afirmou, lembrando que o aluno, muitas vezes, espero um “feedback” do professor para saber onde precisa melhorar.
Para ajudar na reflexão desse tema, a comissão de Ensino de Graduação em Medicina e a Assessoria Pedagógica da FCM convidaram o médico e professor da Escola de Medicina da Universidade do Novo México, Stewart Mennin, para dar uma palestra sobre as tendências da avaliação na escola médica. “Antigamente, o aprendizado estava baseado numa nota. Hoje, a vida é que nos dá a amostragem do conhecimento. A educação e a avaliação devem ser baseadas na realidade”, disse Stewart. Para o professor americano “a avaliação não é estática, ela muda constantemente e os métodos têm a sua limitação. Por isso, múltiplos métodos são recomendados para se galgar os degraus da escala saber, saber como, mostrar como e fazer, um processo mundialmente utilizado que facilita as tomadas de decisões”, explicou.
Do Portal Unicamp
J.C.
