Unicamp bate recorde de trabalhos de iniciação científica

Realizado nos dias 24 e 25 de setembro, o evento apresentou 1.178 painéis com pesquisas produzidas por estudantes

ter, 30/09/2008 - 10h44 | Do Portal do Governo

O 16º Congresso Interno de Iniciação Científica da Unicamp, realizado no Ginásio Multidisciplinar da universidade nos dias 24 e 25 de setembro, apresentou 1.178 trabalhos de graduação e excedeu em 132 o total obtido no ano anterior. Foram apresentados 354 painéis da área de tecnologia, 306 de Ciências Biomédicas, 234 de Humanas, 223 de Exatas e 61 de Artes.

A proposta do congresso é divulgar o trabalho dos jovens para a comunidade acadêmica, agências de fomento e para toda a sociedade. Este ano uma das novidades foi a montagem de um estande da Agência de Inovação da Unicamp no Ginásio. Conhecida como Inova e criada há cinco anos, a agência favorece as atividades de pesquisa, ensino e extensão e aproxima a universidade com a sociedade. Propõe também estimular o empreendedorismo entre professores e alunos e disseminar informações como quais são os passos necessários para a obtenção de patentes e de licenciamentos.Investigação científica – O pró-reitor de Pesquisa, professor Daniel Pereira, avalia como positivo o envolvimento precoce do estudante com os métodos de investigação científica. Segundo ele, essa experiência prepara o estudante para a pós-graduação e desenvolve a criatividade e o raciocínio independente. “A iniciação científica traz visibilidade e inovação, enriquece a formação universitária e diferencia o profissional no mercado de trabalho. e boa parte dos trabalhos apresentados traz propostas inovadoras e promissoras”, disse o pró-reitor.

Para avaliar os trabalhos apresentados foi constituído um comitê interno de 244 professores, de todas as áreas do conhecimento. O grupo selecionará 80 pesquisas e as indicará a um comitê externo, formado por representantes de diversas instituições de ensino e pesquisa. Essa comissão independente vai eleger 20 finalistas e premiará cada estudante selecionado com R$ 3 mil. Inovar em todas as áreas – Na área biomédica, um dos trabalhos analisa a formação ética e humanística dos médicos em escolas paulistas. E destaca a criação, na Unicamp, do curso de Bioética e Ética Médica. Outra iniciativa levantou a incidência de sífilis, toxoplasmose, rubéola, hepatite e HIV em três mil pacientes do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism – Unicamp).

Na Medicina, uma graduanda avaliou pontos positivos e negativos da convivência entre irmãos surdos e ouvintes. Outro estudo reúne saúde com artes plásticas, nas áreas psíquica e biológica, e sugere atividades artísticas para ajudar na terapia de doentes mentais.

A magia do vidro, da área de Exatas, apresenta temas da Física para alunos do ensino fundamental e médio. Já a Vida real nas aulas de matemática associa a disciplina a questões como aquecimento global, álcool no sangue e esportes.

Nas Humanas, um aluno analisou a dependência econômica, para a Venezuela, da exportação do petróleo. Na mesma linha, outro projeto estudou o impacto do pagamento de aposentadorias para reduzir a pobreza e a desigualdade no Brasil.

No campo literário, um projeto do Instituto de Estudos da Linguagem considerou a visão de usuários do Orkut sobre os romances oitocentistas. Em foco, debates extraídos de 89 comunidades do site de relacionamentos dedicadas aos romancistas brasileiros.

Na área nutricional, a novidade é uma barra de cereais enriquecida com manga. Formulada por uma aluna da Faculdade de Engenharia de Alimentos, a idéia é oferecer um produto natural, rico em fibras e com baixo nível de aditivos.

Outro estudo analisa a melhor pronúncia da consoante “r” no canto erudito, como, por exemplo, quanto à duração de tempo e a intensidade da emissão da consoante.

Na área tecnológica a inovação é um kit de condensação evaporativa, capaz de reduzir o gasto de energia do refrigerador doméstico. Ainda na área tecnológica, um estudo de alunos de Engenharia Mecânica propõe desenvolver aços microligados para substituir os atuais, usados na produção de rodas ferroviárias.

Do Jornal da Unicamp