Alunos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, do Instituto de Tecnologia de Aeronáutica (ITA) e da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, trabalham no desenvolvimento do primeiro satélite universitário, o Itasat. O convênio, iniciado oficialmente em julho de 2006, tem orientação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e aporte financeiro da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Até 2009, quando está prevista a finalização do satélite e seu possível lançamento, a AEB investirá mais de R$ 6 milhões com o objetivo de possibilitar a realização de diversos experimentos com aplicação na área espacial. A coordenação do projeto Itasat está a cargo do professor Osamu Saotome, do ITA.
De acordo com o professor Yuzo Iano (FEEC), responsável pelo projeto na Unicamp, a participação dos alunos da universidade está concentrada na área de telecomunicações, já que o projeto total é bastante abrangente. Iano explica que o trabalho está focado no processamento de sinais. “O satélite irá captar imagens de regiões da terra e, antes de serem enviadas a uma estação terrestre para análise, elas serão processadas”, afirmou ele.
Isso significa que a equipe participará na codificação de canal e também na codificação de fonte. O sistema digital utilizará códigos corretores de erro visando superar o obstáculo que é o ruído de canal. Na parte de codificação de fonte, o objetivo é transmitir as informações em menor tempo possível e usando da melhor forma a faixa disponível, o que significa uma maior eficiência.
“É uma codificação confiável. Nossas pesquisas procuram adicionar melhorias para termos ganhos e vantagens ao utilizar essa codificação. A nossa experiência será fundamental para isso porque esse é um projeto que envolve principalmente alunos de graduação das três instituições universitárias”.
Porém, segundo Iano, sem a participação de alunos de pós-graduação diminui a chance do projeto ter sucesso, já que eles estão acostumados com o processo de pesquisa. “E aí que a Unicamp entra. Temos uma capacitação muito boa na área de processamento de imagens, adquirida principalmente no desenvolvimento do processo de imagem para o sistema de televisão digital que será implantado no Brasil”, disse Iano.
Além disso, é objetivo criar condições para que os alunos possam se desenvolver tecnológica, técnica e profissionalmente, ou seja, proporcionar a capacitação de novos cientistas que estarão envolvidos em um projeto inteiro de construção de um satélite. “Por isso, a assessoria do INPE é tão importante”, ressaltou Iano.
Do Portal da Unicamp
(R.A.)
