Um projeto de extensão da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Presidente Prudente, no interior do Estado, trabalha na aplicação de jogos eletrônicos no desenvolvimento de crianças com Síndrome de Asperger e Transtornos do Espectro Autista.
Vale destacar que a ideia é utilizar os jogos como uma forma de terapia, estimulando o movimento e os comandos sensoriais. As atividades são realizadas pelos membros do projeto na escola Lumen Et Fides, instituição que se dedica à educação especial na cidade.
Os exergames, aglutinação das palavras “exercício” e “games”, são conhecidos como games de movimentos ou jogos que se utilizam dos sensores de captura de movimento como tecnologia principal para o funcionamento das mecânicas. O sistema é ativado por sensores que captam o deslocamento corporal.
Avanços
De acordo com especialistas, a atividade constitui uma ferramenta pedagógica para o desenvolvimento de crianças e adolescentes com autismo, utilizada há três anos na Lumen Et Fides. A instituição é referência na região em atendimentos clínicos e pedagógicos a jovens e adultos com autismo e doenças relacionadas ao controle e função muscular. Ao todo, 32 alunos de 9 a 17 anos participam das ações.
“Quando chega a terça-feira, os participantes já sabem que terão o atendimento pela Unesp, já se sentam e esperam a sua vez”, salienta Perlla Roel, diretora pedagógica da escola Lumen, à TV Unesp.
Diagnosticado com autismo aos dois anos, uma das dificuldades do João Augusto era se manter concentrado em uma atividade, como relata a mãe do paciente, Priscila München. “Ele era muito inquieto. As atividades aumentaram a verbalização deles, além do interesse pelo tablet e joguinhos de videogame. Ele não tinha interesse”, revela à TV Unesp a dona de casa.
Parceria
Graças a uma parceria com a Unesp na cidade, o jovem, que participa das ações desde 2016, é acompanhado de perto pela aluna de doutorado Gisele Silva Araújo. “Ao longo de dois anos e meio com o João Augusto, nós ganhamos tanto nas habilidades motoras quanto na interação social e comunicação”, afirma à TV Unesp.
A estudante faz parte de um laboratório de pesquisa em tecnologia assistiva e inclusão escolar. Os dados coletados durante as atividades na escola são usados nos estudos. “Já temos um diagnóstico inicial do comportamento dos pacientes. A partir das variáveis, submetemos as crianças aos jogos. Com isso, conseguimos entender as características e classificamos o jogo para cada uma, de acordo com o estímulo proporcionado”, explica à TV Unesp o professor da Unesp Manoel Seabra Júnior, coordenador da iniciativa.