Unesp usa célula-tronco para combater doenças do pulmão

Pesquisa abre novas perspectivas de tratamento para males de origem genética, tumores e doenças degenerativas

ter, 08/04/2008 - 9h11 | Do Portal do Governo

Pesquisa coordenada pelo geneticista João Tadeu Ribeiro Paes, da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Assis, conseguiu regenerar tecidos pulmonares de animais com células-tronco da medula óssea. O resultado obtido é promissor e abre novas perspectivas de tratamento para males de origem genética, tumores e doenças degenerativas como enfisema.

No estágio atual do estudo estão sendo avaliadas questões como observar se a regeneração do tecido é acompanhada por uma melhora da capacidade pulmonar. Quando for concluída esta etapa, será solicitada autorização ao Conselho Nacional de Saúde (Conep) para ministrar a terapia em pacientes portadores de enfisema pulmonar.

“A previsão é iniciar testes com pessoas até o final do ano”, prevê o pesquisador, que se mantêm cauteloso com relação à novidade. Ele afirma que muitas experiências bem-sucedidas com animais não conseguiram repetir os resultados em seres humanos. 

Hipóteses – O professor João Tadeu ainda está averiguando quais são os mecanismos que permitem as células-tronco regenerar tecidos do pulmão e de diferentes órgãos. Uma das hipóteses é a transdiferenciação, processo em que uma Célula-Tronco Adulta (CTA) se diferencia de outra.

Outra teoria diz respeito à fusão entre as células-tronco da medula óssea com as células do órgão afetado. O resultado seria uma nova célula híbrida, que assumiria as características do órgão lesado com conseqüente regeneração do tecido. E a terceira hipótese, postula uma ação das células-tronco adultas na área lesada.

“Ainda não há explicação definitiva sobre como as células-tronco atuam para regenerar tecidos. Pode-se, mesmo, colocar a possibilidade de interação simultânea de dois ou mais desses e ou de outros processos”, acredita.  

Reflexão – O professor João Tadeu aposta na criatividade dos pesquisadores brasileiros para contornar a falta de recursos para os estudos com células-tronco. Observa que a maioria deles pode ser desenvolvida com investimento relativamente modesto.

Sobre a polêmica que envolve as pesquisas com células-tronco, o professor João pergunta e finaliza: “O que fazer com os embriões excedentes das clínicas de fertilização? Por que não usá-los para gerar novos conhecimentos sobre a biologia do desenvolvimento humano e sobre os processos de controle da expressão gênica e da diferenciação celular”? 

Rogério Silveira

Da Agência Imprensa Oficial