Unesp realiza pesquisa sobre efeitos da queimada na atmosfera

Meteorologistas, físicos e químicos buscam entender mudanças climáticas na região de Ourinhos

qui, 26/08/2010 - 20h00 | Do Portal do Governo

O Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet), do câmpus da Unesp de Bauru, realizará, até o dia 1º de setembro, experimentos sobre o impacto de queimadas na atmosfera, na unidade de Ourinhos. Iniciado na terça-feira, 24, o trabalho utiliza equipamentos do instituto, disponíveis nos câmpus de Bauru e Presidente Prudente, e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), da Universidade de São Paulo (USP). O grupo fará a varredura de uma área com raio de 40 quilômetros a partir da posição do Laboratório de Monitoramento Ambiental (Lapam).

Coordenado pelo físico e meteorologista do IPMet Gerhard Held, o estudo busca compreender os efeitos das queimadas da palha de cana, como as alterações nas propriedades químicas e físicas da atmosfera. “Com o apoio de pesquisadores de diversas áreas, queremos entender como essas mudanças podem afetar o clima regional e como se espalham para outras cidades”, diz o especialista.

Entre os equipamentos utilizados no experimento, estão aparelhos do laboratório, como o LIDAR (da sigla em inglês Light Detection and Ranging), que, por meio de feixes de raios laser, mede os aerossóis na atmosfera, e o SODAR (Sonic Detection And Ranging), que mede os perfis verticais do vento em três dimensões, por meio da emissão de ondas de som. Também são usadas radiossondas para obtenção de variáveis meteorológicas até 25 quilômetros de altura; amostradores de gases e partículas para atmosfera e cinco estações meteorológicas automáticas.

Os meses do inverno são mais propícios para a realização dessa pesquisa, por causa da intensificação das queimadas pela colheita de cana-de-açúcar, e pela ausência de chuvas que mantêm as particulas em suspensão no ar.

Fogo na plantação 

As queimadas no interior do Estado têm como uma das principais causas a produção sucroalcooleira. Para fazer o corte da cana, os produtores ateiam fogo na plantação para facilitar o trabalho. Além dos impactos ambientais, a queima desse material orgânico lança para a atmosfera substâncias cancerígenas.

Em parceria com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o governo estadual estabeleceu um cronograma para a eliminação das queimadas na colheita do canavial. Segundo o protocolo estabelecido entre as instituições , a meta para o fim desse modalidade de corte é 2017.

Da Unesp