Unesp Ilha Solteira divulga utilização racional de água

Iniciativa beneficia produtores agrícolas do Noroeste do Estado

sex, 22/06/2007 - 9h05 | Do Portal do Governo

A área de Hidráulica e Irrigação da Faculdade de Engenharia (FE) da Unesp, câmpus de Ilha Solteira, desenvolve o projeto de extensão “Planejamento e gerenciamento hidroagrícola ambiental”, que tem como principal objetivo divulgar formas de utilização racional da água para irrigação e a conservação dos recursos hídricos. Coordenado pelo engenheiro agrônomo Fernando Braz Tangerino, a iniciativa beneficia, principalmente, os produtores da região Noroeste do Estado de São Paulo.

Como parte das atividades do projeto, neste dia 20 de junho, durante o VII Encontro Estadual de Saneamento Ambiental, promovido pela Associação dos Engenheiros da Sabesp, o docente fez uma palestra sobre a necessidade de preservação das nascentes, além da conservação e reconstituição das matas ciliares, como importantes atitudes nessa tarefa.

Com base em medições climáticas feitas na estação meteorológica do Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos (Defers), ao qual a área de irrigação está ligada, os produtores que utilizam técnicas de irrigação podem acompanhar as previsões do clima e decidir, com segurança, sobre o melhor momento para irrigar a plantação. Divulgado diariamente pela internet, e de forma gratuita, o boletim agroclimático destaca a temperatura, umidade relativa do ar, a previsão de chuva, a evapotranspiração, entre outros dados importantes.

Segundo Tangerino, chefe do Defers, conhecer a evapotranspiração da cultura, ou seja, a quantidade de água consumida no processo de evaporação do solo e transpiração das plantas, impede o desperdício de recursos hídricos. “Essa ação reverte em benefício do meio ambiente e do consumidor, que pode dispor de alimentos mais baratos”, destaca.

Conscientização – Na opinião de Tangerino, a Lei das Águas, do Ministério do Meio Ambiente, que condiciona a compra de equipamentos de irrigação a uma licença ambiental que comprove a reserva de 20% da área destinada a produção para o plantio de árvores, penaliza o pequeno produtor. Para o engenheiro, a proteção ambiental poderia ser mais eficiente se fossem promovidas ações de conscientização junto aos produtores e à população que vive nos arredores dos mananciais. “Atitudes dessa natureza poderiam abrandar a legislação que pune o produtor com até 20 hectares de terra”, diz.

As fontes de água, segundo o engenheiro, podem ser mantidas por programas de conservação de solo, baseados em técnicas de plantio. O manejo correto da área agriculturável permite que a chuva fique retida no solo e possa ser utilizada o ano todo. Sem esses cuidados, a terra perde a sustentação e é arrastada para dentro dos mananciais, pela própria chuva, vento ou outro mecanismo, comprometendo os recursos hídricos.

Na opinião do professor, a prática de uma agricultura sustentável implica em custos e diminuição da margem de ganhos na comercialização da safra, o que leva muitos agricultores a desrespeitar as leis ambientais. Para ele, a adoção de políticas de incentivo ao agricultor que trabalha corretamente poderia contribuir com a causa. “Uma dos incentivos possíveis seria a diminuição de impostos”, diz.

Os boletins meteorológicos e outras informações sobre engenharia rural e irrigação estão no endereço eletrônico http://www.agr.feis.unesp.br/clima.php

Genira Chagas

Do Portal da Unesp

(R.A.)