Unesp fortalece combate contra atos violentos no ambiente acadêmico

Grupo de Trabalho de Prevenção da Violência na universidade conduziu estudo sobre o tema em dois campi da instituição

qua, 08/08/2018 - 19h01 | Do Portal do Governo

Nesta terça-feira (7), por solicitação do vice-reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e presidente do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária (Cepe), ocorreu a apresentação dos resultados de uma pesquisa-piloto sobre a violência na instituição de ensino.

O coordenador do Grupo de Trabalho de Prevenção da Violência na Unesp, professor Raul Aragão Martins, do Instituto de Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, do campus São José do Rio Preto, foi o responsável por mostrar os resultados do estudo, realizado em dois campi da Unesp.

De acordo com o docente, o trabalho inicial foi necessário porque a literatura científica não possui um instrumento padronizado para o mapeamento da violência, como ocorre, por exemplo, quando se pretende investigar o consumo de álcool ou de drogas ilegais, por exemplo.

Em virtude dessa particularidade, foi necessário desenvolver um questionário específico. “Trata-se do primeiro passo para obtenção de um diagnóstico que permitirá conhecer e avaliar as principais formas e causas de violência na universidade, permitindo o estabelecimento de ações que a administração central poderá implementar para evitar ou minimizar esse tipo de problema”, explica o professor Sergio Nobre.

Preconceito

Em entrevista ao Portal da Unesp, o coordenador do grupo de trabalho destacou os principais aspectos em análise. “Nós temos as ações praticadas pelos próprios alunos, entre eles, e as realizadas entre docentes e alunos. Entre os atos agressivos, destacam-se o assédio moral e preconceitos das mais variadas formas. Um dos mais presentes é o preconceito contra a mulher aluna. Isso mostra que a presença feminina no ambiente universitário parece que ainda incomoda muitos homens”, enfatiza o professor Raul Aragão Martins.

“Essa violência parece ser decorrente da violência inicial praticada durante o trote, durante a recepção dos calouros. Em algumas unidades, parece que essa violência se perpetua durante o primeiro semestre e pode até se perpetuar por mais tempo ainda”, completa o docente.

Agora, o objetivo é aplicar o questionário em todas as unidades da Unesp para que haja o conhecimento do que ocorre e a deliberação sobre ações de prevenção junto aos estudantes, docentes e servidores, sobretudo entre os próprios alunos, de modo a criar uma convivência justa, democrática e saudável no ambiente acadêmico.