Unesp: Biopesticida de baixo custo desenvolvido na universidade poderá ser comercializado

Produto é biodegradável e não oferece risco à saúde

qua, 15/02/2006 - 14h23 | Do Portal do Governo

Biopesticida à base de sacarose de cana-de-açúcar e de óleo de soja, desenvolvido no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), campus de São José do Rio Preto, sob a coordenação dos pesquisadores Reinaldo José Fazzio Feres e Mauricio Boscolo, poderá entrar em circuito comercial já neste ano.

A empresa Athena Mudas Ltda., exportadora de mudas de plantas ornamentais, se interessou por utilizar o produto no controle do ácaro rajado em mudas de crisântemo e dália mantidas em estufas. Em janeiro, foi assinado um contrato entre a Universidade, a Faperp (Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de São José do Rio Preto) e a Athena para tornar viável a utilização da tecnologia.

Segundo os docentes, a contrapartida da empresa, além da cobertura de gastos com material, é a concessão de duas bolsas, uma de mestrado e outra de Iniciação Científica. Para os docentes, a parceria também facilita a realização de testes de campo com o produto, até então testado apenas em laboratório.

O biopesticida não oferece riscos à saúde, não polui o meio ambiente, não afeta as plantas e nem os predadores das pragas. Segundo Boscolo, com menos de R$ 5,00, é possível adquirir açúcar e óleo de soja suficientes para obter um quilo do produto.

Feres explica que o ácaro rajado é uma praga que se alimenta do conteúdo celular das folhas. A planta atacada tem a fotossíntese prejudicada, o que provoca lesões e má aparência. “Esse ácaro já adquiriu resistência aos acaricidas convencionais e está sendo controlado com o biopestida”, informa Feres.

Há quatro anos, juntamente com Odair Aparecido Fernandes, docente da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), campus de Jaboticabal, e com o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), os professores trabalham no desenvolvimento do biopesticida, que já apresentou bons resultados no controle de pragas como a mosca-branca, a lagarta-do-cartucho-do-milho e os ácaros Calacarus heveae e Tetranychus ogmophallus, que afetam, respectivamente, seringueiras e culturas de amendoim.

Lucia de Mello Barbosa Luca – Portal Unesp