A recém inaugurada Estação Autódromo, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) recebeu, no domingo, exatas 7.097 pessoas, quase todas fãs do automobilismo que foram assistir à decisão do Campeonato Mundial de Fórmula 1 no Autódromo de Interlagos.
Durante todo o dia, a empresa manteve um esquema especial para ajudar o torcedor. Entre as estações vizinhas de Jurubatuba e Autódromo, havia 100 funcionários, muitos falando inglês, espanhol, italiano, alemão e japonês para atender turistas brasileiros e estrangeiros. Além disso, os alto-falantes das duas estações a todo momento davam dicas e instruções às pessoas, sobre como comprar a passagem de volta com antecedência.
Entre os passageiros do trem, estavam o governador do Estado, José Serra, o prefeito da capital, Gilberto Kassab, e o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella. As autoridades foram elogiadas pelos organizadores da corrida, pela iniciativa da construção da nova estação, que coloca o torcedor praticamente dentro do autódromo. De quebra, receberam a boa notícia da permanência do Grande Prêmio do Brasil em Interlagos até 2014.
O governador José Serra assegurou a entrega de mais duas estações, Interlagos e Grajaú, até janeiro do ano que vem, quando a linha estará completa com seus 32,5 quilômetros de extensão, a partir de Osasco. Todas essas obras fazem parte do Plano de Expansão do transporte metropolitano do governo estadual. O projeto prevê investimento de mais de R$ 16 bilhões no setor até 2010, para reduzir em 25% o tempo médio de viagem no sistema metroferroviário, além de diminuir a emissão de poluentes.
Velocidade nas veias – Ao som da música Trenzinho Caipira, de Heitor Villa Lobos, o torcedor de Fórmula 1 trafegava entre Jurubatuba e Autódromo, o último trecho da viagem, surpreso com o conforto da composição da CPTM. Os trens partiam de 8 em 8 minutos e ficavam mais cheios à medida que as horas avançavam. Eram pessoas vindas de todo o País e até de fora.
O dentista Sandro Almeida Fernandes saiu de Vitória (ES) para assistir à corrida junto com o amigo paulista Willian Mayer. “Estou admirado com a organização nas estações e com o horário entre os trens”, disse o capixaba. Os dois ficaram sabendo do trem para Interlagos por acaso, durante compras na Rua 25 de Março. O carioca Joel Arthur Guimarães Júnior veio de sua cidade com mais sete colegas. Tomou conhecimento do trem por meio de uma notícia na Internet. O grupo estava hospedado num hotel no bairro do Paraíso e pegou a Linha Esmeralda, na Estação Cidade Universitária.
A comerciante Vanessa Nabarrete, moradora na Vila Guilherme, tomou o trem da Linha A da CPTM na Estação da Luz, desceu na Barra Funda e passou para a linha B até Presidente Altino, onde embarcou na Esmeralda. “Estou admirada com o ambiente limpo das estações”, disse Vanessa.
Nova alternativa – Pela manhã, enquanto a maioria das pessoas tomava o trem para chegar à Estação Autódromo, o metalúrgico José Roberto Jesus dos Santos fazia o sentido inverso. Deixava sua casa em Interlagos, perto da estação, rumo ao Terminal de Santo Amaro, junto com o filho Isaque, de 6 anos. José Roberto estava tão feliz quanto os torcedores do automobilismo, pois agora “ficou mais fácil também para trabalhar”. Ele toma o trem na nova estação vai até a Santo Amaro, onde embarca no Metrô para Campo Limpo de lá vai de ônibus ao trabalho, em Taboão da Serra. “Ganhei quase meia hora de sono a mais por dia”, garantiu o metalúrgico.
Muitos torcedores preferiram ir de carro até o Shopping SP Market, em frente à Estação Jurubatuba. Ali, estacionavam o veículo para seguir de trem até Interlagos. Às 8h30 da manhã, já era difícil encontrar espaço para deixar o carro na área aberta do shopping, que cobra pelas cinco mil vagas disponíveis.
Pela manhã, os táxis percorriam o estacionamento do SP Market, à procura de pessoas que iam a Interlagos. Uma viagem de ida custava R$ 20 e o carro só saía quando estivesse com pelos menos quatro passageiros. Quem preferiu o trem da CPTM pagou tarifa de R$ 2,30 para chegar à Estação Autódromo, partindo de qualquer lugar da cidade.
Otávio Nunes
Da Agência Imprensa Oficial
