Trechos da entrevista do governador Mário Covas no Comitê de Imprensa do Palácio dos Bandeirantes

(Com fotos) - Assunto: CDHU

ter, 11/01/2000 - 18h05 | Do Portal do Governo

Covas: Eu falei ontem para vocês, quando estava conversando lá, que os contratos que se diz que o Tribunal contestou na CDHU eram contratos feitos no Governo anterior. Bom, você tem contratos e aditivos de contratos. Os contratos de Chamamento Empresarial que foram julgados são 80. Os 80 estão aqui: abertura da licitação: 1994, 1994, 1994, 1994… Não tem nenhum…

Repórter: Que dá um total de quantos?

Covas: 80 contratos sobre o que se convencionou chamar de Chamamento Empresarial. Uma decisão do Tribunal que eu, pessoalmente, discordo. Eu tentei explicar ontem para vocês como era, mas a grande maioria, grande não, a totalidade das licitações foram feitas antes do meu Governo. O que foi feito eventualmente dentro do meu Governo, foi a data da homologação do contrato. Ainda assim, a grande maioria das datas dos contratos são de 1994. Eventualmente você encontra um EM 1995, de repente você encontra um 1996. Mas, em todos eles, a concorrência foi feita antes do meu Governo. O que foi feito depois foi a assinatura dos contratos.

Repórter: O que alguns jornais estão questionando é que esses contratos do Governo anterior ao seu primeiro mandato eles foram homologados já no Governo Mário Covas.

Covas: O que importa? O Tribunal julgou depois. E quando ele julgou, a partir daí, não se assinou nenhum contrato. Tanto que tem 17 contratos lá que não chegaram a ser feitos. Havia uma maneira de trabalhar. Até então, nunca ninguém tinha dito que estava errada. Todas essas licitações foram feitas no Governo anterior. A grande maioria dos contratos foi assinada no Governo anterior, algumas no nosso Governo. Elas paralisaram no dia que o Tribunal disse “isso está errado”. Deu para entender?

Repórter: Deu para entender.

Covas: Não adianta, porque amanhã você vai escrever no jornal e aquele rapaz vai dizer de novo que está errado. Quem estava ontem aqui do Estadão se valeu dele porque a notícia tem lá no fundo fulano e fulano e lá embaixo aparece o nome dele que foi confirmar no Tribunal.

Repórter: Esse jornal que o senhor citou estava com dois representantes ontem aqui.

Covas: Estava. E eles assinam e tem uma espécie de post escritum na última linha.

Repórter: Quando chega a notícia na redação, eles também complementam.

Covas: Não senhor, quem complementou foi ele mesmo. Está lá escrito no jornal. Foi ele mesmo porque ele está perseguindo isso a um bocado de tempo. E eu já mostrei isso (a lista que contém dados das licitações e assinaturas de contratos) para ele. Ele sabe que é assim. Ele não fala isso porque não quer, porque ele sabe que é assim. Isso que eu estou mostrando hoje para vocês, eu já mostrei a há três anos para ele. Para ele e para o Emanuel Neri, da Folha. Eu não tenho sorte com os Neri. Nem Emanuel, nem com Sebastião. Não tenho sorte com esses Neri da vida.

Repórter: Governador, e agora, como é que fica a situação?

Covas: Como fica coisa nenhuma. Quando eu disse para vocês que é com penar que eu tomo a atitude que tomei, eu tenho razões para dizer, porque até agora ninguém me mostrou nada de errado que ele tenha feito. Nada. Você está pensando que essa decisão do juiz foi em cima dele? Foi em cima de várias pessoas. Foi em cima de uma porção de pessoas. Em cima de documentos sobre o qual se tem, inclusive, relatório de perito dizendo que tem trecho que foi acrescido no documento. Mas, enfim, isso é assunto passado. Só não pode é o cara ficar permanentemente falando como se fosse certo, porque não é certo. Está aí, você pode ver, aqui está o empreendimento, a cidade, a abertura da licitação –essa não tem nenhuma a partir de primeiro de janeiro de 1995, a quem foram vendidos os editais, quem foram as empresas participantes da concorrência, quais as que foram habilitadas e quem foi a vencedora, a data da homologação e a data do contrato. São os 80 contratos que estão aqui.

Repórter: Desculpe a pergunta, mas o senhor aceitando o pedido de demissão do senhor Goro Hama, o senhor está dando uma satisfação a alguém?

Covas: Se eu estou dando uma satisfação a alguém? Não. Eu estou dando uma satisfação a ele. Eu não posso ver ele levar cacete todo dia dessa maneira aí por coisas que estão mais do que provadas que não são verdadeiras e ficar penando com isso. Então, é melhor que ele vá embora. Eu vou sair prejudicado porque eu vou ter que arrumar outras pessoas para ir lá para a diretoria. E vão ter que fazer esse percurso que não se aprende com essa rapidez. E pelo que eu vejo nos jornais hoje, é engraçado, reclama-se da quantidade de…

Repórter: É um levantamento da Assembléia Legislativa da habitação no Estado de São Paulo?

Covas: É. Parece que só o Estado faz habitação. O Governo Federal não tem responsabilidade nem o municipal. O Pitta ninguém procura. Hoje veio aí um professor municipal. Ele teve sorte, eu cheguei ele já tinha ido embora. Um professor municipal veio aí com 50 pessoas. Não foi reclamar lá com o chefe dele. Veio reclamar aqui na porta do Governo do Estado.
Eu achei até mais importante ele (Goro Hama) sair de lá do que ficar tendo que ouvir todo dia essa coisa. Porque isso fica para a vida do cara inteira. A vida do cara inteira vão fazer isso.

Repórter: E ele me contou pessoalmente que as filhas estavam sofrendo as conseqüências na escola.

Covas: Isso é assim mesmo, então eu me julgo na obrigação de mostrar essas coisas, que são coisas indiscutíveis. Não tem como discutir se está certo ou errado é só ir lá no Tribunal e verificar se está certo ou errado. Mas também, para ele não vale nada isso. Ele cansou de dizer isso. Eu cansei de dizer isso. E para dois que fizeram disso um cavalo de batalha, eu mostrei pessoalmente isso aqui, como estou mostrando para vocês hoje.


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