Trechos da entrevista coletiva do governador Mário Covas, após inauguração do Centro de Detenção Pro

Parte Final

ter, 17/10/2000 - 17h36 | Do Portal do Governo

Rodoanel

Repórter – Governador, a candidata Marta Suplicy disse que no próximo ano não vai ser possível a Prefeitura contribuir com a parte municipal no Rodoanel. Vai haver recursos do Estado para tocar os 50% que lhe pertence da obra e os 25% da Prefeitura?

Covas – Vamos ver. Nós estamos tentando nos programar para isso. Estamos contando com essa hipótese, que seria a repetição do que foi feito até agora. Eu, nessa altura, fico mais preocupado em receber a parte da União.

Repórter – O senhor tem alguma dúvida que não chegue essa parte da União?

Covas – Bom, neste ano, dos R$ 80 milhões previstos, vieram R$ 25 milhões e a gente tem noção que foi mandado para a Câmara Federal um projeto de novos recursos, envolvendo vários Estados, dentro dos quais os outros R$ 55 milhões estariam incluídos. Vamos ver se antes do fim do ano esses recursos ainda venham. Com isso, o Governo Federal completa 25% do total gasto neste ano.

Repórter – Com a inauguração desse Centro de Detenção Provisória, quais os distritos desativados?

Secretário Furukawa – Serão desativadas as carceragens do 81º DP, que é aqui próximo. Mais adiante, o 30º. E estamos programando para o próximo dia 28 a desativação do DP do Tatuapé.

Covas – Não se pode fazer tudo no mesmo instante. É preciso primeiro começar a funcionar aqui com 20% da capacidade, depois as coisas começam a andar. Depois se põe mais 20%, até que no fim de dois a três meses o centro esteja com a lotação esgotada. Como os centros serão preenchidos sempre com os presos dos distritos, essa será uma dívida que temos com o bairro do Belém. Vamos ter de desocupar, em primeiro lugar, os distritos que estão aqui no bairro e em volta dele.

Repórter – Governador, o senhor tocou na questão da limitação de armamentos da Polícia, que o Governo não pode fazer investimentos adequados, já que há uma lei restringindo isso. O senhor acredita que essa lei possa ser mudada?

Covas – Não, não vai ser mudada. Você já viu um filme chamado ‘Operação França’? passou o Operação França 1 e o 2? Você vê que todo momento em que os policiais estão se confrontando com os bandidos, eles estão com revólver na mão e os bandidos com metralhadoras? Qualquer filme que se vê é assim. Porque no mundo inteiro há essa proibição relativa à Polícia. É mundial a limitação do uso de armas da Polícia. Há armas que só são usadas pelas Forças Armadas. Bem, mas essa regra não vale para o bandido. Um desses últimos resgates de presos em distrito policial falava-se em fuzil AR-15, AR-51, sei lá o quê.

Repórter – Governador, as bases de Polícia Comunitária vão continuar?

Covas – Vão sim porque elas somam uma experiência muito significativa.

Repórter – Por que algumas têm dado muito problema, como conta telefônica e de água que não são pagas. Algumas estão tendo de ser fechadas por problemas financeiros?

Covas – Não, não tem problema financeiro. Tem problema de comunicação, tem problema de demora para a conta chegar onde ela é paga. Aliás, isso acontece em todo o sistema de segurança. São centenas de lugares diferentes, Delegacias etc. Às vezes acontece na educação, onde temos 6.000 escolas! Então, alguém diz: ‘eu não recebo há dois meses’. Não é que não recebeu, a conta é que não fez o percurso. Nós não temos atraso? Aliás, para dizer que não temos atraso, há um. Temos no custeio um atraso de um mês sempre, que é para não acostumar mal o pessoal. Mas no resto, nós não temos atraso algum. Eu gostaria de ser governador depois de mim.