Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta terça-feira, dia 26, ap

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ter, 26/06/2001 - 15h23 | Do Portal do Governo

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Repórter: Governador, além dos metroviários, os servidores da Saúde também estão em greve e os policiais civis e militares ameaçam entrar em greve, por falta de negociação salarial com o Governo. Como o senhor vai lidar com toda essa pressão do funcionalismo?

Alckmin: Na Polícia não há nenhuma greve e nem vai haver. No caso dos servidores da Saúde, a greve é mínima, quase inexistente. O que existe é que o dinheiro do Governo é dinheiro da população. Então, o cobertor é curto. Não tem como atender a todos esses pleitos simultaneamente.

Repórter: O senhor diz que não há dinheiro para todo mundo. O senhor acha que poder haver uma crise nos serviços do Estado, quer dizer, pode parar também saúde, policiais?

Alckmin: Não, não acredito. A greve da saúde é muito pequena. Na Polícia não vai haver greve. Nós vamos dar o reajuste para os servidores e, aliás, no caso do Metrô o reajuste foi dado. Eles estão fazendo uma greve sobre um reajuste dado.

Repórter: O que o Governo pretende fazer com relação às reivindicações dos servidores da Saúde e dos policiais?

Alckmin: Por que a greve da Saúde é tão pequena? Porque nunca vi greve no momento que se está negociando. Hoje, eles estão sendo recebidos. Hoje, o que se está discutindo? Estamos discutindo o que é possível dar, de que forma dar. Por exemplo, no ano passado, o Governo deu uma gratificação de R$ 60,00 para os servidores da Saúde, só que não atingiu os inativos. Então eles querem que seja extensivo aos inativos, aos aposentados.

Repórter: Eles pedem reajuste real?

Alckmin: Tudo isso está sendo estudado. Eles estão sendo recebidos hoje, aliás, neste momento. Agora, tem sentido você estar conversando, buscando valores e simultaneamente parar o serviço? E quem é prejudicado com a greve da Saúde? ´É a população mais pobre, que depende do hospital do Governo, que depende dos serviços de saúde do Governo, que depende dos ambulatórios do Governo, essa é a população mais prejudicada.

Repórter: A Polícia reclama da falta de negociação…

Alckmin: Não, negociação está havendo. Agora, valores! O dinheiro do Governo não é elástico. Quem paga é a população. O dinheiro não é do governador, a população é quem paga. Temos Lei de Responsabilidade Fiscal, que diz que não se pode gastar mais do que 49% do que se arrecada com salário no Poder Executivo e 60% com os demais poderes.

Repórter: Então a Polícia vai receber um aumento?

Alckmin: Todos vão receber um reajuste, todos sem exceção. O que estamos discutindo é se isso é extensivo também aos inativos e o valor que o Governo pode dar.

Repórter: Como o senhor garante que não vai haver greve da Polícia?

Alckmin: Garanto porque a Polícia tem disciplina, tem hierarquia. A Polícia é segurança pública, é um atividade totalmente especial. Aliás, está extremamente tranqüilo, as conversas estão indo muito bem. Na saúde é muito pequena a greve e quem não trabalhar vai ter falta no prontuário. Como é que se paga alguém que não trabalha? Alguém, por acaso, que não trabalha recebe?

Metrô

Repórter: Governador, como é que fica o usuário do Metrô amanhã? Se depender do Governo, o senhor negocia hoje?

Alckmin: Eu espero que o Metrô volte a funcionar. A greve é abusiva, ilegal, contra o interesse público e em prejuízo da população. Se discumpre decisão judicial, se faz greve depois de ter reajuste. Isso é briga de sindicato e a população não pode ser refém de luta interna de sindicato.

Repórter: Governador, o que está emperrando a greve dos metroviários é exatamente os benefícios…

Alckmin: …É a intransigência dos metroviários…

Repórter: … mas os benefícios que o TRT manteve e o TST retirou. Não dá para manter os benefícios?

Alckmin: É uma greve contra o TST, é uma greve contra a maior instância de Justiça do País.

Repórter: Mas o senhor não pode garantir que funcione o Metrô?

Alckmin: Não, mas o Governo vai fazer tudo para que possa funcionar, isso nós vamos fazer.

Repórter: Como assim? O que o Governo pode fazer?

Alckmin: Muita coisa.

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    Parte I