Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta terça-feira, dia 26, ap

Parte I

ter, 26/06/2001 - 14h09 | Do Portal do Governo

Seguem trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta terça-feira, dia 26, após inauguração da 51ª unidade do Qualis, no bairro Jardim Ângela, Zona Sul da Capital:

Parte I

Greve do Metrô

Repórter: Esta greve é a mais difícil do governo do senhor?

Alckmin: O que está havendo é uma intransigência absurda. O Governo ofereceu um reajuste de 6% para os metroviários. O Tribunal Superior do Trabalho decidiu também sobre essa questão, oferecendo um reajuste de 7%. Aliás, o nosso de 6% é maior que o do TST, porque ele mantém os benefícios para os funcionários. A média de remuneração dos metroviários é de R$ 2.200, portanto a greve é ilegal, abusiva, injusta, porque está penalizando milhões de pessoas que dependem de transporte coletivo e um transporte coletivo de alta capacidade. Então é uma coisa totalmente sem sentido. É uma briga de sindicato, colocando em risco a população, prejudicando a nossa população.

Repórter: Quais são as providências do Governo? Foi o Governo quem recorreu ao TST, não é ?

Alckmin: Mas é claro. E decisão do TST é para ser cumprida. Quando se tem uma divergência, quem decide é o Tribunal do Trabalho. E neste caso, o Tribunal Superior do Trabalho decidiu e eles não querem cumprir a decisão do TST e, quando se faz esse tipo de greve, é preciso manter o Metrô andando no horário de pico com 100% e fora do horário de pico com 50%, o que também não está sendo respeitado.

Repórter: O senhor continua negociando com o movimento, mesmo com o Metrô parado?

Alckmin: O Governo está sempre buscando uma solução. Nós demos ordem expressa à diretoria do Metrô, à Secretaria do Transporte Metropolitano para que resolvam, ou seja, coloquem o trem para funcionar. Agora, não é possível que algumas pessoas, apostando no caos, de maneira intransigente, façam greve ilegal, abusiva e em prejuízo da nossa população.

Repórter: Quais são os tipos de providências do Governo? Volta ao trabalho, ou seja, que tipo de pressão o Governo pode fazer?

Alckmin: O Metrô vai tomar todas as providências para uma greve que é ilegal, que é abusiva, que prejudica a população que mais necessita, essa população não tem transporte individual, necessita de transporte coletivo e de alta capacidade para ir trabalhar.

Repórter: Mas, quais seriam essas providências?

Alckmin: Várias providências serão tomadas.

Repórter: Algumas delas?

Alckmin: Não, eu não vou me antecipar. Mas várias medidas serão tomadas. Não é possível que toda a população de São Paulo ficar refém de briga de sindicato.

Repórter: Governador, eu não entendi. O senhor disse que o Governo concorda com a proposta do TRT? Só que os metroviários dizem que o Governo não concordou, por isso recorreu?

Alckmin: O Governo concorda com a proposta do TST, que é a última instância. E o TST é decisão judicial. Nós vivemos num País onde deve haver lei e houve o recurso e esse recurso foi ao TST. Nós fizemos uma proposta, eles não concordaram com a nossa proposta. Então, fica a do TST, que deu reajuste de 7%.

Repórter: Governador, mas visto o sofrimento da população, não dá para o Governo fazer uma contraproposta que atenda melhor os funcionários?

Alckmin: Veja bem, essa é uma situação delicada, porque já fizemos uma proposta, já estamos dando um aumento. Um aumento para uma categoria que, antes do reajuste já ganhava em média R$ 2.200, portanto o que isso vai aumentar é mais do dobro dos usuários, que pagam o Metrô.

Repórter: Eles dizem que o salário médio não é isso, é R$ 1.100. O senhor está dizendo que é o dobro?

Alckmin: A remuneração média é R$ 2.200. Se colocar todos os encargos, passa de R$ 4 mil.

Repórter: Quer dizer, não há mais negociação, governador?

Alckmin: Negociação sempre pode existir, mas esta greve é um absurdo. Ela, além de ilegal é abusiva, não respeita a decisão judicial, não respeita serviço público essencial. É um péssimo exemplo, que não pode ser tolerado.