Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta sexta-feira, dia 29, ap

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sex, 29/06/2001 - 15h29 | Do Portal do Governo

Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta sexta-feira, dia 29, após entrega de helicóptero para a Polícia

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Pergunta – Como é que os senhores fazem a partir das indicações do relatório da CPI do narcotráfico?

Alckmin – Nós acabamos de receber, alguns dias atrás, a CPI do Meio Ambiente. Toda CPI que recebemos é analisada. Toda crítica construtiva serve para corrigir, para melhorar o trabalho do Governo. Então, a CPI faz um estudo, aprofunda uma determinada matéria, e todos esses relatórios encaminhados ao Governo servem de subsídios para a gente poder aperfeiçoar o serviço público e melhorar a Polícia. Agora, achar que a Polícia não está trabalhando, não é correto. Na realidade, os números mostram que está havendo uma ação policial mais efetiva.

Pergunta – O relatório diz que está havendo falta de comunicação entre os setores públicos envolvidos no combate ao narcotráfico.

Alckmin – Nunca houve uma integração tão grande, tão próxima entre Polícia Civil e Polícia Militar como está havendo agora. Só para lhe dar um exemplo, não havia nem compatibilização entre a área territorial da Polícia Civil, o distrito policial e a companhia da Polícia Militar. Hoje, todo esse esforço territorial existe.

Pergunta – Governador, a Secretaria dos Transportes decidiu novos valores para os pedágios. Gostaria que o senhor comentasse isso porque, afinal de contas, a população sempre sofre com as tarifas. E também com relação à verba do Ministério dos Transportes, o fim dos R$ 90 milhões que deveriam chegar até o final de junho. Pelo menos essa era a promessa do Rodoanel paulista.

Alckmin – Em relação ao pedágio, o contrato das concessões estabelecia um índice que é o IGPM que está em torno de 11,05%. Nas rodovias concedidas o reajuste a partir de 1º de julho, seguindo o contrato, é de 11,065%. Em contrapartida, as concessionárias estão investindo este ano R$ 1,1 bilhão em obras novas e manutenção e serviços ao usuário. Nisso está incluído o atendimento ao usuário, o conceito de rodovia viva, assistência médica, ambulância, helicópteros que algumas rodovias têm, guincho, socorro mecânico, sistema de telefonia, segurança, obras importantes, a duplicação da Imigrantes – que está sendo feita sem um centavo de dinheiro público -, o prolongamento da Bandeirantes que já ficou pronto até Santa Bárbara D’Oeste e agora vai até Limeira e Cordeirópolis, em dezembro.

Também as duas marginais da Castello Branco que estão prontas, a duplicação do Raposo Tavares que está pronta entre Sorocaba e Araçoiaba da Serra, a duplicação da rodovia que parte de Matão, o trecho Itapetininga a Capão Bonito. Enfim, são mais de mil quilômetros de rodovias que vão ser duplicadas, outras vão receber terceira faixa e obras de segurança. São 20 mil empregos diretos, fora os empregos indiretos. Então, o Governo tem responsabilidade, cumpre o contrato. O reajuste em média é de 11,065%, há algumas praças em que o reajuste é zero, como no caso de Diadema, na Imigrantes. Isso porque nos pedágios menores você sempre procura acertar o número para não ficar muito quebrado. Tem casos em que o reajuste é mais de 11%, outros com menos de 11% e outros com zero. Existem casos em que não haverá reajuste, como na Castello Branco que estamos solicitando à Via Oeste que reduza, porque é o único caso no Brasil que é pedágio teto, isto é, não é fixado o valor e sim o limite e só pode cair. E o Governo também está sensível a procurar não onerar a população e não vai reajustar o pedágio em nenhuma das nossas rodovias. Nem da Dersa, nem do DER. A Marechal Rondon, o final da Raposo Tavares, Carvalho Pinto, Ayrton Senna, D. Pedro I.

Pergunta – O senhor disse que o Governo pediu para que a Via Oeste reduza o preço dos pedágios nas marginais?

Alckmin – Exatamente.

Pergunta – Quando foi isso?

Alckmin – Isso já vem sendo feito há um bom tempo. Nós estamos pressionando a concessionária na medida em que esse valor é teto para que haja uma operação de redução. Ela tem alegado que tem financiamentos, inclusive externos, e que isso precisa ser trabalhado para ser viabilizado. Mas o fato importante é que lá não haverá reajuste.

Pergunta – Mas isso já está definido? Ela disse quando isso vai ser possível?

Alckmin
– Não. Ela tem o direito contratual de ficar no valor teto.

Pergunta – Governador, não tem muito pedágio? Na região de Barretos me parece que são oito pedágios. Não é um número elevado apesar de todas as vantagens?

Alckmin – Existem duas maneiras de você financiar novos investimentos. Uma é através dos impostos. A dona Maria, que mora lá no Pontal do Paranapanema e não tem carro, quando comprar roupa, uma caneta, ela vai pagar ICMS e vai financiar a segunda pista da Imigrantes. Alguém paga. Você pode diluir isso nos impostos. A outra maneira, que é socialmente mais justa, é o pedágio porque paga quem usa. Quem usa mais, paga mais. Quem usa menos, paga menos. Você jamais teria condição hoje de fazer todas essas obras simultaneamente com o dinheiro dos impostos. Duplicar a Imigrantes, a Raposo, marginais da Castello, prolongar a Bandeirantes, fora as nove concessionárias.

  • Leia também a primeira parte da entrevista coletiva.