Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta sexta-feira, dia 29, ap

Parte I

sex, 29/06/2001 - 14h10 | Do Portal do Governo

Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta sexta-feira, dia 29, após entrega de helicóptero para a Polícia

Parte I

Pergunta – Governador, na hora em que o senhor mirou no alvo para atirar pensou no quê ou em quem (no estande de tiro da Academia de Polícia)?

Alckmin – Pensei só em acertar. Aliás, como novato, acho que fui bem. Foram seis tiros e os seis acertaram o alvo. Um tiro foi no alvo principal e um outro muito próximo, então foi uma boa experiência. Acho que é importante esse trabalho de profissionalismo da Polícia. A Polícia tem, cada vez mais, que se preparar. Essa é uma escola, é uma Academia. Nós nomeamos 180 delegados que estão terminando a Academia para ir prestar serviço à coletividade, 800 investigadores que também estão terminando a Academia. Este é um trabalho de profissionalismo, por isso é cada vez mais preparada tecnicamente e aparelhada para poder combater o crime. E hoje, nós entregamos à Polícia Civil… o gabinete do governador tinha dois helicópteros. Vamos ficar com um e doamos, transferimos o outro para a Polícia Civil. É um aparelho relativamente novo, com 6.500 horas de vôo, duas turbinas e vai servir a nossa prioridade que é a questão da segurança pública, no combate ao crime, na questão dos seqüestros, na questão das investigações e enfim, todo o trabalho necessário para a Polícia Civil.

Pergunta – Governador, essa entrega do helicóptero está também dentro do Ajuste Fiscal 2? Eu queria saber do senhor quais as outras medidas tomadas e qual a economia do Governo do Estado ao doar o helicóptero?

Alckmin – São duas economias. A primeira, é que a Polícia Civil iria comprar um helicóptero e gastar três milhões de reais. Com a transferência, não houve necessidade dessa despesa. A segunda, é que o helicóptero custava para o gabinete do governador R$ 650 mil reais por ano de custeio. Ele passa para a Polícia Civil e nós ficamos sem esse custeio. Eu diria que a Secretaria de Segurança Pública está ajudando na questão do chamado Ajuste Fiscal 2, ou seja, nós precisamos sempre melhorar a eficiência do gasto público. Essa é uma obra inacabável para evitar aumentar impostos. Há duas maneiras de aumentar os serviços para a população: aumentar impostos para arrecadar mais e prestar mais serviços, que é a pior. A outra, é melhorar a eficiência do gasto público. Exemplo: Bolsa Eletrônica. O Governo de São Paulo está comprando, nós estamos aumentando as compras através de leilão eletrônico. E a Secretaria de Segurança Pública tem feito um bom trabalho. Por exemplo, compra de pneu para carro da polícia. Nós estamos comprando 23% mais barato, através do leilão eletrônico. O programa é transparente, democratiza o acesso às compras do Estado e é a informática e a tecnologia a serviço da população. Então, o povo ganha com tudo isso porque, aproveitando melhor o dinheiro dos impostos você vai prestar mais serviços à população.

Pergunta – Em relação à Polícia Militar, hoje (29) saiu uma matéria dizendo que desde o começo do ano, o Governo do Estado não está comprando munição como bomba de gás lacrimogêneo e de efeito moral, e que a PM e a Tropa de Choque estariam trabalhando com bombas com prazo vencido. Isso foi confirmado pelo próprio comandante da Tropa de Choque, o senhor tem conhecimento? É isso mesmo que está acontecendo?

Alckmin – Olha, não tem faltado nenhum recurso para a polícia. Os recursos necessários o Governo tem viabilizado. Sobre a questão interna, o secretário Marco Vinicio está aqui ao meu lado, ele tem as informações e transmite a você.

Marco Vinicio – Em relação a isso o que acontece é o seguinte: no início do ano, realmente, nós tivemos um gasto além do previsto de munição química. Só a rebelião de 29 presídios simultâneos exigiu um grande emprego de munição química que, como todos sabem, diminui o número de vítimas etc. Mas em nenhum momento faltou munição. O que acontece também é o seguinte: no final de semana passada foi liberado dinheiro para compra de novas partidas dessa munição. Mas, por mais que a gente procure utilizar da melhor maneira possível, sempre se compra um pouco mais porque isso não pode faltar. E, eventualmente, alguma munição vence. Essa munição é usada em treinamento. Seria um desperdício usarmos munição ainda na validade para treinamento. Foi isso o que aconteceu. Portanto, não está sendo usada nenhuma munição química vencida em ação da polícia, nenhuma. Isso se usa apenas em treinamento. Não está faltando. A Tropa de Choque tem feito todas as suas intervenções e vocês que têm assistido, podem ver que não está faltando absolutamente nada. Estamos com o estoque baixo, a compra já foi providenciada e está resolvido o problema.

Pergunta – O uso para treinamento não pode ter um efeito negativo?

Marco Vinicio – Não. Justamente é melhor usar para treinamento a que vence porque você não atinge ninguém. Atinge um alvo fictício, um manequim, enfim… É como aqui no estande de tiro que também usamos munição vencida. É muito razoável e muito correto.

Alckmin – Governador, o relatório da CPI do narcotráfico diz que a Polícia Civil está despreparada para esse combate. O que o senhor achou disso?

Pergunta – Olha, a Polícia de São Paulo, Civil e Militar, está cada vez mais preparada. São Paulo tem a melhor polícia do Brasil, tem aumentado seu efetivo, hoje estamos passando de 120 mil policiais civis e militares. Eu citei que acabamos de nomear 180 novos delegados, 800 investigadores, vamos abrir novos concursos públicos para a Polícia Civil, tem havido uma integração maior entre a ação da Polícia Civil e a Militar, e o trabalho da polícia, medido por maconha e cocaína apreendidas, aumentou muito de 1999 para 2000. No caso da maconha isso aumentou quase que seis vezes. No caso de cocaína também houve aumento. Por isso, acho que tem havido um esforço grande nesse sentido.

  • Leia também a segunda parte da entrevista coletiva.