Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin concedida nesta quarta-feira, dia 11, a

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qua, 11/07/2001 - 16h32 | Do Portal do Governo

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Fuga de Presos

Pergunta – Dos 106 presos que fugiram do Carandiru no domingo, não foram capturados nem 30% e ontem mais um túnel foi encontrado. Na sua avaliação, o trabalho da polícia depois dessa fuga foi pouco eficaz?

Alckmin – Olha, nesses primeiros seis meses, mais de 20 túneis foram descobertos no Carandiru. O Complexo Carandiru tem mais de 10 mil presos. Só a Casa de Detenção tem 7.400 detentos. Quando nós anunciamos há três meses a desativação da Casa de Detenção – e ela está em curso, apesar de alguns incrédulos que acham que não vai acontecer porque há mais de 15 anos se fala nisso – é um sonho de São Paulo… Nós estamos hoje construindo, simultaneamente e dentro do cronograma, 11 estabelecimentos penitenciários no Estado. Nessas unidades os presos vão trabalhar e a cada três dias de trabalho há uma redução de um dia de pena. As penitenciárias ficam prontas no começo do ano que vem.
A primeira razão para essa desativação é a segurança, porque é difícil em uma casa de detenção, em situação tão ruim como está o prédio, muito ruim… com 7.400 presos, você ter os melhores índices de segurança. Então nós estamos buscando resolver uma questão estrutural e não pontual, resolvê-la definitivamente, que é não ter mais a Casa de Detenção e ter 11 penitenciárias com capacidade para 768 presos cada uma, com absoluto sistema de segurança. Até chegarmos lá, estamos criando outros instrumentos para evitar qualquer tipo de fuga. Nós temos 96 mil presos que estão tentando escapar permanentemente. É uma luta permanente.

Pergunta – Quais seriam esses instrumentos?

Alckmin – Eu não vou adiantar para vocês, mas o Dr. Nagashi Furukawa já está trabalhando no sentido de estabelecer outros sistemas de segurança, especialmente com relação a questão de túneis. Mas acho que além desse trabalho, nós temos uma questão mais de fundo, que é uma penitenciária em um só local. Em um prédio ruim como é aquele, onde até a cozinha foi interditada, e que vai deixar de existir. Esse é o fato mais relevante.

ICMS

Pergunta – A queda na arrecadação do ICMS é só por conta da crise energética ou tem a ver com crise cambial argentina?

Alckmin – Nós não estamos abaixo da arrecadação, mas nós já estávamos em um patamar mais alto. Então analisando essa questão, nós verificamos que não é só energia elétrica. Outros setores também tiveram uma queda no crescimento. Porque a economia, no primeiro semestre, teve um crescimento ótimo, arrancou com força. Em junho foi muito bem, porque o fato gerador é maio. Nós temos um dia, no mês, que responde por 40% da arrecadação mensal. Em julho, por exemplo, foi quinta-feira passada, e o índice não foi menor do que o esperado, mas o ritmo do crescimento reduziu. Interpretando esses fatos nós vemos que não é só energia elétrica. Ma é cedo ainda para se fazer uma análise.

Pergunta – O senhor poderia citar quais são os outros fatores?

Alckmin – Foram vários fatores, indústria automobilística, eletroeletrônicos, você teve várias áreas que tiveram uma redução maior que o esperado.

Pergunta – São Paulo tem um plano B para enfrentar um desaquecimento da economia?

Alckmin – Primeiro, o esforço do Estado na linha do ajuste fiscal, independe da queda da arrecadação, esse é um esforço permanente. Todo dia nós estamos trabalhando no sentido de melhorar o custo/benefício. Ajuste Fiscal é obra inacabável, você sempre está procurando economizar para sobrar dinheiro e fazer outras coisas. Outro ponto é que com essa boa resposta que a população está dando, nós vamos ter uma crise transitória, e com isso nós vamos preservar o emprego. Esse é o fato. Nós achamos que é possível manter o emprego e manter a atividade econômica ainda aquecida. Nesse sentido todo o esforço na área da questão da crise de energia está tendo uma resposta boa: de um lado a população com economia e do outro o Governo acelerando uma série de propostas.

Pergunta – Existe a possibilidade do Governo do Estado estudar a isenção ou redução do ICMS para taxistas, como eles estão pedindo?

Alckmin – Nós vamos analisar. O que nós não fazemos e desrespeitar o Confaz. Qualquer decisão tem que passar pelo Confaz e ele aprovou a redução, mas isso será analisado com calma.

  • Leia também a primeira e a segunda da entrevista coletiva