Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após recepção ao presidente e ao Conse

Parte II

seg, 14/05/2001 - 16h48 | Do Portal do Governo

Parte II

Reunião com a British Gás

Pergunta: Essa questão do preço do gás, da falta de uma política para determinar o preço do gás, são um dos motivos pelos quais não se assinam os contratos e não se ampliam as termoelétricas. Quer dizer, agora é que a Petrobrás anuncia que vai, durante um ano, bancar a variação cambial, já que o preço é em dólar? Quando acabar esse um ano, qual será a política de preços adotada? Isso também não afasta qualquer tipo de investimento? Um ano não é um prazo muito curto?

Alckmin: Isso não tem a ver com a Comgás nem com a British Gas, porque elas são distribuidoras de gás.

Pergunta: Mas eles vão comprar gás de alguém, não?

>b>Alckmin: Mas isso tem a ver com a Petrobrás. Quer dizer, a Petrobrás é que define o preço e é um preço dolarizado. É uma questão a ser avaliada pelo Governo Federal, que é a questão do custo/benefício. Se você quer estimular acha-se instrumentos de ter preços mais competitivos. Independente dessa fixação, a que você se referiu bem, em relação à termoelétrica. Independente disso, que é o caso dos carros, se você for comparar o preço hoje dá R$ 0,60 o gás. Quanto está o custo do litro da gasolina? Deve estar R$ 1,60, comparativamente é R$ 0,60. Então este problema não existe na distribuição final do gás. O problema existe mais no caso das termoelétricas e é o que o governo federal está buscando uma solução.

Pergunta:Governador, o senhor acha que vai ser possível adiar por 15 dias o início do racionamento de energia aqui em São Paulo?

Alckmin: A expectativa disso é que haja uma grande participação da sociedade. Se todo mundo começar a colaborar rapidamente, de repente, você ao invés de fazer um racionamento no sentido autoritário: ‘Olha não tem energia: apagão’. O ideal é que nós tivéssemos um uso combatendo o desperdício e uma grande participação das pessoas, fazendo o estritamente necessário para evitar o racionamento drástico. Eu estou verificando aqui, o Palácio, à noite já está escuro. Só aquelas salas que as pessoas estão utilizando, mas nós vamos ver se a partir de hoje nem mais os holofotes, pétala de luminária, desliga tudo. Não terá mais uma luz no entorno do jardim, entrada, nada, que não seja estritamente necessário. Se todo mundo participar firmemente, de repente você tem uma redução que possa compensar.

Pergunta: Governador, qual a expectativa do senhor para o leilão da Cesp marcado para esta quarta-feira, dia 16?

Alckmin: Olha, a parte do governo está pronta. O governo preparou o edital, cuidou da questão jurídica, algumas liminares, isso é natural em véspera de leilão, serão todas contestadas. A parte do governo está toda pronta, a parte do outro lado, a parte compradora, o governo não se envolve, aí é questão de mercado. Vamos aguardar.

Pergunta: Existem liminares?

Alckmin: Não. Liminar nenhuma concedida, mas pedido de liminar existe.

Pergunta: Além da Cemig tem mais alguma?

Alckmin: Acho que tem mais algumas entradas por sindicatos, enfim é normal.

Pergunta: Como está a situação hoje de verbas para o Rodoanel?

Alckmin: A parte do Governo do Estado, toda ela cumprida. O que existe? Quando foi elaborado o financiamento do Rodoanel, a maior obra rodoviária hoje do país, se fez 50% do Governo do Estado, 25% do Governo Federal e 25% da Prefeitura. A Prefeitura desde o início não colocou um centavo. O Governo Federal tem previsto para este ano no orçamento R$ 100 milhões, que é insuficiente. Mas pior do que isto é que nós estamos no meio de maio e, dos R$ 100 milhões, não entrou um centavo até agora. Então o Governo do Estado veio janeiro, fevereiro, março, abril, maio, sozinho fazendo 100% da obra, sem os 25% da Prefeitura e os 25% do Governo Federal. Então não é possível. O Governo Federal prometeu liberar esta semana R$ 40 milhões, em junho R$ 30 milhões, dá 70, e em julho mais R$ 20 milhões, dá R$ 90 milhões porque alegou que R$ 10 milhões estão contigenciados.

Pergunta: As demissões estão acontecendo por falta de verba?

Alckmin: Na realidade a obra do Rodoanel não parou. É que você tem alguns lotes que estavam até adiantados. Então nesses diminuiu o ritmo. Aqueles que estavam não à frente do cronograma, os túneis estão a pleno vapor, a ponte sobre a Castelo Branco, sobre o rio Tietê também estão caminhando. Agora aqueles lotes que não eram tão urgentes demos uma reduzida até que chegue o dinheiro. Então há um compromisso do governo federal para que esta semana traga um aporte de R$ 40 milhões, em junho R$ 30 mi e em julho R$ 20 mi. Se isso se completar não é o suficiente, mas ao menos é uma ajuda importante.