Trechos da entrevista coletiva do governador Geraldo Alckmin após a inauguração do Bom Prato em Sant

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sex, 27/04/2001 - 17h28 | Do Portal do Governo

Repórter: Inaudível (sobre depoimento do senador Antonio Carlos Magalhães)

Alckmin: Difícil, acho difícil alguém ter ficado convencido com aquele depoimento.

Repórter: O senhor acha que ele escapa da cassação?

Alckmin: Acho também difícil. O problema não é pessoal, é da instituição. Democracia exige instituições respeitáveis, com credibilidade. Essas coisas que estão acontecendo são incompatíveis com o regime democrático e a impunidade desmoraliza as instituições.

Repórter: O que muda na prática nos institutos de pesquisa com a criação da APTA?

Alckmin: Acho que ela organiza melhor os institutos, aproveita melhor os recursos, possibilita um melhor gerenciamento dos trabalhos, permite buscar mais recursos para avançarmos na pesquisa. São Paulo investe só através da Fapesp, um milhão de reais por dia em pesquisa aqui no Estado. Temos uma rede de laboratórios que é um orgulho do Estado, com pesquisas da genoma da cana-de-açúcar, do amarelinho dos laranjais, do genoma humano do câncer. É um trabalho de fôlego, muito importante para São Paulo e para o Brasil.

Repórter: O que o senhor acha dessa luta do governador Itamar Franco contra as privatizações? Ele falou que vai lutar também contra as privatizações em São Paulo.

Alckmin: Acho que ele está com a agenda errada. A campanha é no ano que vem, agora é hora de governar, de trabalhar.

Repórter: Inaudível – (sobre obras do Governo)

Alckmin: Está sendo inaugurado uma grande obra, que liga a D.Pedro I à Rodovia Carvalho Pinto. Todos os que moram em Campinas e região Oeste do Estado e que queiram ir ao litoral, não precisam mais pegar a Rodovia Dutra, naquele trecho horrível entre Jacareí e São José dos Campos, supercongestionado. Agora você pode ir direto para a D. Pedro I e já entra na Carvalho Pinto, pega a Carvalho Pinto e vai ao Litoral. É uma interligação estratégica, muito bem feita, com absoluta segurança. Ela integra a região de Campinas com o Vale do Paraíba e com o Litoral Norte. Integra a regiões Oeste do Estado e até mesmo outros estados. Por exemplo, o presidente Fernando Henrique vai inaugurar neste sábado uma ponte sobre o Rio Grande, ligando Minas e São Paulo. Todos os que vem dessa região de Minas e Goiás podem chegar o litoral sem pegar a Dutra.

Repórter: Inaudível (sobre o restaurante Bom Prato)

Alckmin: É uma bela iniciativa, sem custos milionários. Os restaurantes são localizados em regiões bem populares, com trabalhadores informais, populações excluídas. O desafio hoje se chama alimentação. Quem não se alimenta direito não pode ter saúde. Quem tiver alimentação correta vai diminuindo os remédios. Aqui você vai ter uma alimentação controlada pelo ITAL – Instituto de Tecnologia de Alimentos. Tem arroz, feijão, salada, verdura, carne, ovos, frutas. É equilibrada sob o ponto de vista nutricional e acessível à pessoas. E mais: não é estatal. Aqui não é uma repartição pública, é uma parceria com entidades da sociedade civil, geralmente ligadas às igrejas.

Repórter: Os restaurantes podem ser ampliados para o Interior?

Alckmin: Por enquanto estão limitados à Capital, onde existem 10,5 milhões de pessoas e onde há maior desigualdade e mais problemas sociais. Aqui nesta inauguração há vários prefeitos. Já vi quatro ou cinco. Falei a eles: olha, façam vocês um igual também nas suas cidades. Lá em Jactarei falei ao prefeito: veja aí uma região onde há muita população carente e excluída e faça um restaurante igual. O Governo não tem como fazer no Estado todo, então faz onde a situação é mais grave. O custo não é alto e se possibilita alimentação de qualidade.

Repórter: Esse episódio do Senado mancha a reputação do governo FHC?

Alckmin: Do governo não. Eu aprendi com Montesquieu a tripartição do poder. O senado é um outro poder. E o Poder Legislativo tem de saber se autodepurar. Fui deputado federal e tristemente cassamos lá inúmeros parlamentares na CPI do Orçamento. O governo não era nem Fernando Henrique, era Collor, era Itamar, o caso não tinha nada a ver com o Executivo. Era um problema interno do Poder Legislativo, que tenho confiança, saberá agora encaminhar as questões.