Trechos da coletiva do governador Mário Covas após lançamento da Fenasoft 2000

Parte I

seg, 24/07/2000 - 16h32 | Do Portal do Governo

Parte I

Repórter: O senhor visita mais uma vez a Fenasoft, que é uma feira de negócios importante para São Paulo, não é, governador?

Covas: É importante para o Brasil. Acho que, ocasionalmente, ela acontece aqui em São Paulo, aliás começou sua vida no Rio de Janeiro, depois se transferiu para cá. Mas ela tem uma presença muito forte de Santa Catarina. Todas as Fenasofts de que participei da abertura o governador de Santa Catarina esteve presente, porque o desenvolvimento tecnológico nesta área naquela Estado é muito forte. Aqui em São Paulo a gente tenta acompanhar o mesmo ritmo e acho que para o País é muito importante. Hoje os expositores não são só brasileiros, há muitos estrangeiros. Está aqui um uruguaio, que acabam de me dizer, é um dos primeiros milionários da vasta linha construída nesta área e que tem apenas 29 anos. Portanto, essa é uma atividade que, não apenas encurtou as distâncias, abreviou a relação espaço/tempo, mas é a revolução mais recente que o mundo assistiu. A feira a cada ano se multiplica, a expectativa esse ano é que 800 mil pessoas passam por aqui, o que a torna o maior evento do Anhembi. Nenhuma feira, nem a de automóvel, nem qualquer outra, tem um público como esta. E vai ter um movimento de negócios acima dos R$ 2,5 milhões, o que é uma coisa bastante significativa.

Repórter: O senhor se dá bem com o computador ou não?

Covas: Bom, nós nos estranhos um pouco. Mas no geral me dou bem. Quando estou meio atrapalhado com ele chamo o meu neto. Você não viu aquela propaganda da TV? Marido e mulher chamam o filho para ajudá-los e ele diz a eles: como é que vocês viviam antes de eu nascer? Comigo acontece coisa semelhante. Ainda não tive tempo de fazer um bom curso para isso, mas estou reservando uma série de coisas para daqui a dois anos e meio, entre elas um aprofundamento na informática, que é uma área muito fascinante.

Repórter: Governador, daqui o senhor vai ter um encontro com o José Rainha. Está confirmado isso e o que o senhor espera desse encontro?

Covas: Ele esteve comigo outro dia aqui em São Paulo. Aquela região avançou muito do ponto de vista de trabalho, de produção etc. Hoje os assentamentos são capazes de produzir mandioca numa produtividade maior que a média do Estado. Lá nós fizemos quase 5.000 assentamentos, além dos que já havia. Mas não ficou somente nos assentamentos. Nós fizemos 50 poços, fizemos 180 km de estradas, construímos duas escolas, fizemos postos de assistência médica, além de assistência técnica do Itesp e da Unesp. E eles agora montaram o que chamam de “pólo industrial”, onde eles industrializam sua produção agrícola, portanto, adicionando valor no produto. E eu ainda não vi nem isso, nem a fecularia, vou aproveitar hoje para ver.

Repórter: A situação das invasões está mais tranqüila, governador?

Covas: A situação no Pontal nunca foi tão dramática como em outras regiões do País. Eu acho que a gente tem mantido com o setor uma relação melhor, até porque aqui em São Paulo a gente tem tentado agir na frente. E como o pessoal sabe que áreas aqui no Estado são apenas aquelas pertencentes ao Estado e 75% das propriedades do Estado são pequenas, então o que eles têm ido atrás é das terras devolutas – com justa razão. No Pontal, 80% das terras pertencem ao Estado, são terras devolutas. Já foram ocupadas por alguém no passado, só que o processo de reintegração de posse é demoradíssimo, às vezes demora 20 anos. Portanto, você precisa sempre adoçá-lo um pouco com negociações que permitam a rápida devolução da terra ou de parte dela. Nós chegamos até a fazer um projeto, que foi aprovado na Assembléia, para facilitar isso, ou seja, para encontrar uma fórmula matemática que aceitava que o ocupante anterior ficasse com uma parte da terra desde que ele rapidamente liberasse o restante. De forma que a relação é boa. O Movimento dos Sem-Terra é um movimento de luta. Há alguns meses fui assistir no Parque da Água Branca a uma feira de exposição dos produtos dos vários assentamentos no Estado. E o seminário que eles estavam fazendo era para discutir comercialização. Então hoje eles são mesmo é pequenos proprietários, deixaram de ser afetados, porque já se preocupam com essa outra face da produção, que é a forma da comercialização, da ensilagem e, sobretudo, da agroindústria. Então eu acho que a gente tem menos problemas. Há instantes mais agudos e que se casam com uma reivindicação de natureza nacional. Mas, em geral, a gente tem conseguido chegar a bom termo.

Repórter: Em termos de negócios, o que a Fenasoft representa para São Paulo?

Covas: Bem, São Paulo se torna a sede durante algum tempo… Bem São Paulo tem 57% dos investimentos na área de informática nos últimos 10 anos. E além de representar uma coisa muito boa para São Paulo, representa uma coisa muito boa para o País. Há parceiros nesta área que estão bastante avançados, Santa Catarina por exemplo. Mas a presença aqui transforma a cidade na Capital mundial da informática. Nós vamos ter 800 mil visitantes previstos. No ano passado foram 650 mil e me dizia agora a superintendência do Anhembi que ela significa a feira de maior movimento do local. Quando a gente sabe que aqui se faz Feira do Automóvel, de Utilidades Domésticas, da Indústria Têxtil etc. E este é um setor especializado, mas que vai se tornando cada vez mais massificado, você sente o quanto a Fenasoft representa para São Paulo.