Trecho Oeste do Rodoanel terá concessão pública, ressalta Serra

Em visita a hospital na Capital, governador comenta o processo em andamento na Secretaria dos Transportes

ter, 07/08/2007 - 18h12 | Do Portal do Governo

“Não se trata de privatização do Rodoanel. É apenas uma concessão”, voltou a frisar hoje o governador José Serra sobre o processo de concessão do trecho Oeste do Rodoanel. Segundo ele, no modelo de concessão, a rodovia “continua sendo pública e o concessionário deve cumprir regras, senão perde a concessão”. O Rodoanel é um anel viário que tem por objetivo dar mais fluidez ao trânsito nos arredores da cidade de São Paulo.

O governador esteve hoje no Hospital Ipiranga, na Capital. Na ocasião, ele acompanhou os trabalhos do Mutirão de Saúde do Homem, iniciativa da Secretaria Estadual da Saúde. Confira abaixo a integra da coletiva de imprensa concedida no local:

José Serra – Bem, eu vim conhecer esse mutirão da saúde do homem hoje aqui, porque nós vamos fazer um mutirão amplo na cidade e no Estado. Então, este mutirão está funcionando também como uma experiência piloto para a organização do mutirão da saúde do homem mais amplo.

Outro ponto importante que eu quero anunciar também é que nós estamos construindo um andar no Hospital Brigadeiro para ser o primeiro Centro de Referência de Saúde do Homem no Brasil. Ele será feito no Hospital Brigadeiro, do Governo do Estado.

A saúde do homem apresenta também problemas específicos, como é o caso dos problemas da próstata, e nós estamos empenhados em que esse atendimento específico conte com apoio, conte com respaldo de um centro de referência em São Paulo. Mesmo neste hospital aqui, o pessoal está bolando métodos de exame, por exemplo, de próstata que, no limite, vão permitir 500 exames em um único dia. É um exame de toque, depois de ultra-som, e outros que estão ligados. Nesse sentido, estamos preenchendo uma lacuna que há dentro do sistema de saúde:  o atendimento especifico da saúde do homem, que em geral é deixada de lado.

Repórter – Este é um projeto pioneiro no País, governador?

José Serra – Este é um projeto pioneiro no Brasil. Esse Centro de Referência da Saúde do Homem será o primeiro no Brasil a ser feito no Hospital Brigadeiro – e não vai ser o único.    Provavelmente faremos outros, mas aquele será o primeiro. Este mutirão é o primeiro que se organizou, e ele vai servir de base para fazermos um mutirão mais amplo no Estado de São Paulo.

Repórter – Ele foi inspirado em algum modelo que já é feito em algum país?

José Serra – Não, o pessoal mesmo daqui que bolou, foi a turma daqui do hospital mesmo que bolou a organização desse serviço. Ontem, foram atendidos 300 homens, hoje já chegamos a 280, até agora.

Repórter – Nesse Hospital Brigadeiro qual vai ser o investimento inicial?

José Serra – A reforma lá está custando R$ 18 milhões, deve ser inaugurado no ano que vem. É um hospital pré-existente, e estamos reformando para adequá-lo a ser um centro de referência da saúde do homem. O centro de referência é importante porque é ele que irradia a tecnologia do atendimento. Ele vai passar a ser referência, a base em cima da qual a gente vai construir todo o sistema de atendimento à saúde do homem no Estado de São Paulo.

Repórter – Governador, e aqui no Hospital Ipiranga, haverá outros investimentos?

José Serra – Aqui está havendo, inclusive tem uma área que está em obras.

Voz de mulher – O laboratório está todo em obras, nós estamos reformando o centro cirúrgico, estamos reformando o centro obstétrico, nós estamos reformando várias áreas, está havendo grandes investimentos.

José Serra – Hoje, eu visitei agora as UTIs e estão muito bem instaladas, tanto a intensiva como a semi–intensiva. É hospital de graça, do SUS.

Repórter – O senhor até aproveitou para tirar a pressão, como é que está a saúde, governador?

José Serra – A saúde está boa, a pressão deu 12,5 por 8, que é o meu normal. Meu normal é entre 11 e 12, 7 e 8.

Repórter – A respeito do Rodoanel, o senhor poderia falar em relação ao pedágio? Quais são os cronogramas?

José Serra – Na verdade, o que vai haver agora é consulta pública. Quero dizer que não se trata de privatização do Rodoanel, como erradamente alguns órgãos de comunicação noticiaram. É apenas uma concessão. A propriedade continua sendo pública e o concessionário deve cumprir regras, senão perde a concessão. Regras no que se refere à qualidade do serviço, no que se refere à economia dos investimentos e a uma boa manutenção.

E é necessário para que a gente possa construir o trecho sul. O sul oeste não é só o custo da obra diretamente, é também das desapropriações. Nós temos aí dinheiro do Governo Federal, mas que é menos de um terço do custo do Rodoanel. Estamos pondo dinheiro do Tesouro, outro terço, e precisamos agora dessa concessão para poder completar o financiamento do trecho sul do Rodoanel, que vai ligar todas as estradas que chegam a São Paulo, federais ou estaduais – todas elas, com esses dois trechos. O trecho oeste e o trecho sul vão estar interligados.

Repórter – Sem isso o trecho oeste não sai?

José Serra – Sem isso não sai.

Repórter – Há o temor, governador, de que, com a cobrança de pedágio, carros, caminhões principalmente possam ter uma rota …?

José Serra – Imagine você se alguém vai preferir pegar aquela marginal entupida, em vez de pegar o Rodoanel, e pagar três, quatro ou cinco reais. Eu não acredito realmente. É preciso um pouco de sensatez nisso. Agora, se alguém preferir isso, é porque é maluco; pegar a marginal na hora de engarrafamento em vez de um Rodoanel livre?

Repórter – Governador, o assunto greve do Metrô já está esgotado por parte do governo? Como é que andam essas negociações?

José Serra – Não está esgotado. Nós estamos adotando providências agora para impedir que fatos como esses se repitam, por meio de contratação de pessoal, abertura de concurso e a organização do serviço de emergência – para que a população trabalhadora de São Paulo não fique refém de um sindicato que tem se caracterizado por desprezar essa população. Nós temos a população de São Paulo que é uma resposta a essa questão do metrô – e o Governo e a Companhia do Metrô estão dando porque ela é necessária. Imaginem três greves em um único semestre. Isso é um abuso. Isso não tem nada a ver com reivindicação, com democracia. Isso tem a ver com abuso, com menosprezo à nossa população. Nós não podemos compactuar com isso. Estamos solidários com a população de São Paulo e tomando medidas para que esses acontecimentos não de repitam, num futuro próximo nem distante.

Repórter – Governador, inclusive as 61 demissões?

José Serra – Essas demissões fazem parte da estratégia do metrô de melhora do desempenho da companhia, e eles podem dar melhores explicações.