Transplantes: Conheça as etapas para notificação

As causas mais freqüentes de morte encefálica são traumatismo craniano, acidente vascular cerebral (derrame) ou tumor no sistema nervoso central. Dois médicos não participantes da captação e do transplante fazem […]

qui, 29/11/2007 - 10h40 | Do Portal do Governo

As causas mais freqüentes de morte encefálica são traumatismo craniano, acidente vascular cerebral (derrame) ou tumor no sistema nervoso central. Dois médicos não participantes da captação e do transplante fazem o diagnóstico de morte encefálica e um exame complementar. Com esses cuidados, Boni esclarece que não existe erro médico.

Constatada a morte encefálica, o profissional responsável pelo paciente precisa acionar rapidamente o serviço de captação ou OPO. Enfermeiros de uma dessas instituições vão àquele local e conversam com os familiares.

“Não convencemos a família enlutada a doar os órgãos e apoiamos sua decisão, independentemente de qual for”, frisa Boni. Em 1997, uma lei federal determinava a expressão “não doador de órgãos e tecidos” em carteiras de identidade e de habilitação das pessoas que não queriam ajudar o próximo após sua morte. Quem não se manifestava, subentendia-se que desejava. Mas essa regra deixou de valer há alguns anos.

Portanto, hoje a autorização ou negativa depende exclusivamente dos familiares do potencial doador, que indicam inclusive quais órgãos serão doados. 

Coração pára 

A entrevista deve ser realizada numa sala que ofereça bem-estar aos familiares. Se consentirem, assinam termo de doação e a OPO preenche ficha com todas as informações do doador e comunica à Central de Transplantes.

Assim que os dados clínicos do falecido chegam à Central, são cadastrados no sistema, que seleciona os possíveis receptores. Essa análise depende do tipo de órgão, sendo que cada caso tem critério específico de prioridade. Vencida essa etapa, a Central comunica à equipe médica do receptor, que se encarrega de retirar os órgãos e tecidos do doador. O processo todo – do preenchimento da ficha ao início da cirurgia para retirada dos órgãos – deve levar no máximo seis horas. “Essa etapa precisa ser rápida porque, se o coração parar de bater, todos os órgãos são perdidos”, informa Boni.

A morte encefálica significa a morte do paciente, apesar de o coração continuar batendo. “O coração tem ritmo próprio e continua a funcionar por algum tempo. Até chegar um momento que pára”, explica.

No esforço para aumentar o número de doações, desde agosto de 2006 a Central de Transplantes realiza cursos de aperfeiçoamento destinados a médicos e enfermeiros representantes das dez OPO do Estado de São Paulo. O treinamento teórico e prático aborda temas como identificação e diagnóstico de morte encefálica, como é feita a entrevista familiar e discussão de casos. Até hoje 300 profissionais de saúde já foram treinados.