Transmissão do HIV diminui 64% em 10 anos no Estado, mas taxa de mortalidade para de cair

Entre os homens a queda na taxa de transmissão chegou a 65%, enquanto entre as mulheres foi de 63,5%

ter, 01/12/2009 - 10h00 | Do Portal do Governo

Novo balanço da Secretaria da Saúde com base nos dados da Fundação Seade aponta que a transmissão de Aids no Estado de São Paulo caiu 64,4% nos últimos 10 anos, mas que a taxa de mortalidade apresentou ligeira alta pela primeira vez desde 1995.

O estudo mostra que a incidência da doença em 2008 foi de 12,2 casos por 100 mil habitantes, contra 34,3 em 1998, o pior ano de contágio por HIV da década de 90 em São Paulo. Entre os homens a queda na transmissão chegou a 65%, enquanto entre as mulheres a diminuição chegou a 63,5%.

Em 2008, foram notificados ao todo 5.012 casos de Aids no Estado. A faixa etária com maior incidência de HIV continua sendo a de 30 a 39 anos de idade, com 26,2 casos por 100 mil habitantes, seguida pela de 40 a 49 anos, com 24,0.

Já a mortalidade por Aids foi de 8,2 óbitos por 100 mil habitantes no ano passado, contra 8,0 em 2007, interrompendo as quedas sucessivas registradas ao longo dos últimos 13 anos. O resultado foi influenciado pelo aumento da taxa de mortalidade entre as mulheres, que passou de 5,0 para 5,4, enquanto a dos homens apresentou discreta diminuição, de 11,2 para 11,1 no mesmo período.

Das 28 regionais epidemiológicas do Estado, 13 registraram aumento na mortalidade por Aids em 2008. A região de Barretos apresenta a pior taxa, com 15,1 óbitos por 100 mil habitantes (em 2007 eram 13,4). Na capital o índice passou de 8,8 para 9,6 no mesmo período. Já na região de Itapeva, que apresenta a menor mortalidade do Estado, o índice de 2,8 representa o dobro em relação ao ano anterior.

“O diagnóstico tardio ainda é um grande inimigo para o tratamento de pessoas contaminadas pelo vírus HIV. Cerca de 50% dos óbitos estão relacionados com o diagnóstico da infecção em fase avançada, de pacientes que já apresentam os sintomas”, afirma  a diretora do Programa Estadual de DST/Aids, Maria Clara Gianna.

Sexo sem proteção

O balanço mostra ainda que o sexo sem proteção respondeu em 2008 por 78,8% dos casos de Aids em pessoas maiores de 13 anos notificados pelos serviços de saúde no Estado. Já o uso de drogas injetáveis respondeu por 6,7% do total. Outros 14,2% estão em investigação sobre a forma do contágio, e 0,3% dos casos foram de transmissão vertical (mãe para filho).

Entre os homens heterossexuais, os casos de HIV responderam por 45,4% do total, e por 33,5% entre os homens que fazem sexo com homens (homossexuais ou bissexuais). Já entre as mulheres, 83,4% dos casos de Aids atingiram as heterossexuais.

“Os números reforçam que, para se proteger da Aids, o mais importante é usar a camisinha em qualquer relação sexual. O fato de hoje haver medicamentos que possibilitam maior sobrevida dos portadores de HIV não deve diminuir os cuidados com a prevenção. Não se pode brincar com coisa séria”, diz Maria Clara.

Campanha prorrogada

A Secretaria prorrogou a Campanha “Fique Sabendo”, de incentivo à testagem precoce anti-HIV no Estado de São Paulo. A campanha, iniciada em 16 de novembro e que terminaria nesta terça-feira, 1º, disponibilizou 150 mil exames, entre eles 20 mil testes rápidos, para a população paulista.

No total, 450 municípios se cadastraram para participar da campanha. O Estado de São Paulo conta com 104 Centros de Testagem e Aconselhamento, dos quais 77 realizam teste rápido.  Aproximadamente 2.000 unidades de saúde participam da campanha, com cerca de 30 mil profissionais da saúde de diferentes áreas (gestores, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, técnicos de laboratório, administrativos, logística e transporte, entre outros) envolvidos na ação. No ano passado, 383 municípios participaram da iniciativa e foram realizados cerca de 120.000 testes, entre eles 7.000 testes rápidos.

O teste anti-HIV é oferecido em todo o País de forma gratuita e sigilosa.  Para informar-se sobre os locais de testagem no Estado de São Paulo, acesse o site: www.crt.saude.sp.gov.br ou ligue para 0800 16 25 50.

Da Secretaria da Saúde