Na abertura da Semana Nacional de Trânsito, a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) apresenta seu mais recente levantamento de acidentes rodoviários. Dentre os números a serem comemorados, está a redução, inédita desde 2003, de 11% do índice de acidentes. Apesar disso, ainda há números preocupantes, como os acidentes com motociclistas, que nas rodovias concedidas aumentaram 200% na comparação da média mensal de 2006 com 2000, e os atropelamentos, responsáveis por 37% das vítimas fatais. Na segunda-feira (18), a ARTESP organizou um encontro sobre prevenção de acidentes e entregou o “Prêmio Vida de Segurança Rodoviária” às concessionárias que atingiram as metas de redução de acidentes propostas pela Agência. Nessa edição, as vencedoras foram a Tebe, a Autovias e a Rodovias das Colinas.
Abaixo, os principais resultados da apresentação, que contou com a presença do Secretário dos Transportes, Dario Rais Lopes, do diretor geral da ARTESP, Ulysses Carraro, do comandante da Policia Militar Rodoviária, Cel. Roberto Antônio Diniz e de representantes das 12 concessionárias de rodovias do Estado de São Paulo.
Acidentes com motocicletas
De janeiro à julho desse ano, ocorreram 2.775 acidentes com motocicletas (396 por mês) nos 3,5 mil quilômetros de rodovias concedidas. Em 83% as vítimas saíram feridas e em 2% houve vítimas fatais. Em 2001, a média mensal era de 188 acidentes com motos. Na malha concedida, as motos têm participação em 13% do total de acidentes com mortos, em 2001 era de 6%. Os acidentes com motocicletas estão concentrados nos trechos administrados pelas concessionárias Ecovias, Autoban e Viaoeste onde esse ano ocorreram, respectivamente, 776, 486 e 458 casos.
Diante disso, a Artesp realizou a pesquisa “Perfil do Motociclista”, a fim de conhecer os hábitos de uso das rodovias por esses condutores e direcionar as ações de redução de acidentes envolvendo motos. Dentre outros aspectos, foi constatado que 54% dos motociclistas utilizam as rodovias em deslocamentos para o trabalho e que 71% deles usam motos de 125 cilindradas.
Essas informações permitem um melhor direcionamento das campanhas de redução de acidentes. As sete concessionárias responsáveis pelas rodovias com maior número de acidentes com motos já atuaram junto a mais de 3.500 motociclistas entre fevereiro e julho desse ano.
Atropelamento de pedestres
Apesar de representarem apenas 2,5% do total de acidentes nas rodovias concedidas, os atropelamentos são responsáveis por 37% das vítimas fatais nas rodovias concedidas. De janeiro à julho desse ano, os atropelamentos deixaram 140 mortos, sendo o tipo de acidente de maior fatalidade, seguido das colisões frontais, que resultaram em 58 mortos. Os trechos administrados pelas concessionárias Autoban e Ecovias, por cruzarem grandes trechos urbanos, concentram o maior número de vítimas fatais por atropelamentos na malha concedida, respectivamente 30 e 25 casos esse ano.
A construção de passarelas é a principal ação de engenharia para redução dos atropelamentos. Desde o início do Programa de Concessões Rodoviárias, já foram implantadas 106 passarelas. Além disso, ao longo do ano, as concessionárias fazem campanhas de educação com as populações lindeiras às rodovias para orientar quanto à importância do uso das passarelas.
Acidentes com ciclistas
Apesar das bicicletas estarem envolvidas em apenas 1,68% do total de acidentes, 8% das vítimas fatais de toda malha concedida resultam de acidentes com esse tipo de veículo. De janeiro à julho desse ano, ocorreram 393 acidentes com bicicletas, deixando 35 vítimas fatais. No ano de 2005, foram 661 acidentes com 46 vítimas. Pelo mesmo motivo dos atropelamentos, os acidentes com bicicletas ocorrem com maior freqüência nos trechos da Ecovias (144 esse ano) e da Autoban (59 casos).
As campanhas de educação no trânsito, que já atingiram 1,04 milhão de pessoas, alertam para os riscos que os ciclistas correm ao usar as rodovias. A ARTESP recomenda que, nos casos de um passeio ciclístico, treinamento para provas ou ainda competições, o grupo de ciclistas comunique à concessionária responsável pela rodovia ou à Polícia Militar Rodoviária para que seja feito o devido acompanhamento com batedores, a fim de minimizar os riscos de acidentes.
Índice de Acidentes e de Mortos
Pela primeira vez, desde 2003, o Índice de Acidentes das rodovias concedidas apresenta redução de 11% com relação ao ano anterior. O indicador internacional é o melhor parâmetro para avaliar a segurança nas rodovias, pois considera o número de acidentes em relação à extensão e ao VDM (volume diário médio de veículos). Mas, mesmo o número bruto de acidentes apresenta queda,no ano passado foram registrados 2.638 acidentes por mês e esse ano a média mensal é de 2.099, totalizando 14.691 acidentes de janeiro à julho.
Já o número de mortos, vem apresentando redução desde 2003. Esse ano, a média mensal registra 54 vítimas fatais, totalizando 376 mortos. No ano passado foram 671 mortos (média mensal de 56 vítimas). O rápido atendimento do Serviço de Ajuda ao Usuário (SAU) é um dos fatores que contribuem para a redução de 28% do Índice de Mortos nas rodovias concedidas, no comparativo de 2000 com 2005.
Prêmio Vida de Segurança Rodoviária
Anualmente, a ARTESP (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) traça duas metas de segurança para as 12 concessionárias do Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de São Paulo. A primeira, estipula a diminuição do Índice de Mortos em acidentes rodoviários. A segunda, a redução de 10% no número de vítimas fatais resultantes do principal tipo de acidente de cada concessionária. As concessionárias que atingem ambas as metas, recebem o prêmio.
Em todo o sistema concedido, a redução do Índice de Mortos foi de 5,4% em relação ao ano passado. Esse resultado também é reflexo do rápido atendimento do SAU, implantado pelo Programa de Concessões, que presta socorro médico ainda na pista e agiliza a chegada das vítimas ao hospital.
O Prêmio foi criado pela Secretaria dos Transportes e pela ARTESP em junho de 2000 para incentivar as 12 concessionárias do Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de São Paulo a implantarem programas de redução de acidentes e, principalmente, atingir, até 2020, o padrão internacional relativo ao índice de mortos (2,5).
Assessoria de Imprensa da Artesp
C.A.
