Trabalho para refugiados é tema de encontro no Palácio dos Bandeirantes

Objetivo foi sensibilizar representantes empresariais para a contratação de imigrantes e estrangeiros

qui, 03/12/2015 - 17h32 | Do Portal do Governo

O Palácio dos Bandeirantes sediou o primeiro Encontro Empresarial nesta última quarta-feira (2) com o objetivo de sensibilizar representantes empresariais para a contratação de imigrantes e estrangeiros.

“Mais que sírios, congoleses ou haitianos, imigrantes e refugiados quando cruzam a fronteira são também paulistas que precisam de um trabalho para dar dignidade a sua jornada no Estado”, afirmou o secretário chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, anfitrião do evento promovido pela Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (AEAI) do estado de São Paulo, ACNUR (agência da ONU para refugiados) e Rede Brasileira do Pacto Global da ONU.

Depois de Aparecido, saudaram os presentes a assessora da Rede Brasileira Pacto Global, Bárbara Dunin, e o representante do ACNUR no Brasil, Agni Castro-Pita. Ambos reconheceram a iniciativa do governo paulista como ‘fundamental’ para o entendimento das necessidades dos estrangeiros. “Nosso obrigado ao Brasil e ao Estado de São Paulo pela generosidade de acolher e facilitar a integração dos refugiados”, afirmou Castro-Pita.

Além do ACNUR e Pacto Global, as cerca de cem pessoas presentes no evento, empresários em sua maioria, puderam conhecer o trabalho do PARR (Programa de Apoio para Recolocação dos Refugiados), Missão Paz e do CIC (Centro de Integração da Cidadania) do Imigrante, parceria entre as secretarias estaduais da Justiça e do Emprego.

Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres, iniciou o ciclo de palestras com o tema Migrações e Gêneros. A consulesa da França em São Paulo, Alexandra Loras, apresentou a palestra Racismo, Xenofobia e suas Manifestações. “Precisamos destruir conceitos para poder construir novos”, afirmou a consulesa, que falou sobre histórias pessoais como o preconceito vivido na França, o surgimento do racismo na Europa e também ‘a importância de trabalharmos por uma sociedade inclusiva’. Encerrou o ciclo de palestras Reinaldo Bulgarelli, da Txai Consultoria e Educação, com o tema Business Case da Diversidade.

Os depoimentos da gerente de Responsabilidade Social do Carrefour, Karina de Andrade ,Chaves, do empresário da Patisserie Douce France, Fabrice Le Nude, e dos refugiados François Choumy e Abiodun Oleswole Michaell encerraram o encontro.

“A presença dos refugiados, da Muna (refugiada síria que ofereceu o Welcome Coffee) e a exposição (SOMOS TODOS IMIGRANTES) deram rosto ao evento, foram momentos de real aproximação do governo de São Paulo com essa população. Estamos satisfeitos e confiantes nos resultados positivos que este Encontro trará”, afirmou Ana Carolina Conde, chefe da AEAI.

A mostra SOMOS TODOS IMIGRANTES, do fotógrafo Chico Max, ficará exposta no Palácio dos Bandeirantes até a próxima sexta-feira (04). 

Ações estaduais para imigrantes
O governo paulista possui várias ações que atendem refugiados. Recentemente, a Casa de Passagem Terra Nova, gerenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, por exemplo, completou um ano. No período atendeu 144 migrantes, vítimas de tráfico de pessoas ou solicitantes de refúgio.

No CIC (Centro de Integração da Cidadania) do Imigrante, da Secretaria da Justiça, inaugurado em dezembro de 2014, estão concentrados serviços para o acolhimento e regularização dos imigrantes que chegam ao Estado em situação vulnerável.

O departamento de geografia da USP (Universidade de São Paulo) também desenvolve palestras para adaptação dos estrangeiros à nova realidade.

O Museu da Imagem e do Som (MIS) apresentou, nos últimos dias 7 e 8 de novembro, a mostra “SOMOS TODOS IMIGRANTES” do fotógrafo Chico Sá. A exposição, composta de 19 fotos de imigrantes e refugiados da Missão Paz, será estendida para estações do Metrô, Parques e outros Museus do Estado. O objetivo é manter o assunto em pauta e fomentar a discussão, buscar o entendimento e incentivar iniciativas que auxiliem essa população.

Refugiados em São Paulo
São Paulo recebe 40% das solicitações de refúgio no Brasil. Em seguida, vem os estados do Acre (16%), Rio Grande do Sul (11%) e Paraná (7,5%). Os dados são do ACNUR, consolidados em setembro deste ano.

O crescimento do número de solicitantes apresenta uma taxa elevada nos últimos cinco anos. Em 2010, foram registradas 310 solicitações; em 2011, 661; em 2012, 1.022; em 2013, 1.320 e, em 2014, 5.136 pessoas pediram refúgio no estado paulista.

Os nigerianos correspondem à maioria dos solicitantes seguidos de sírios, congoleses (República Democrática do Congo), libaneses e ganeses.

Do Portal do Governo do Estado